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Mostrando postagens com o rótulo Opinião

Dúvida de 2014: Torcer pelo Hexa ou protestar?

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http://on.fb.me/SxKknU Robson está animado por participar da manifestação dos motoristas de ônibus, reivindicando melhores condições de trabalho e aumento de salário. E nesse 13 de julho está orgulhoso de si mesmo por ter deixado de fazer parte da massa manipulada e, ao invés de assistir a final da Copa – com a seleção brasileira em campo – vai lutar por seus direitos. São Paulo está verde e amarela, mas Robson age com naturalidade. Tenta não focar na bandeira nacional exposta na entrada dos bancos ou sendo carregada pela garotinha. Desvia a atenção para não despertar as emoções que todo esse cenário pode estimular. “Patriotismo de verdade é lutar por um país melhor e não dar ibope a esse circo”, pensa o jovem motorista, fazendo referência à política do pão e circo, tão eficaz desde a  Roma  Antiga. Robson pega seu material de protesto e se dirige até o ponto de encontro dos motoristas manifestantes. Lá, retira as cartolinas amassadas da mochila e pensa no que escrever

A coisa voadora

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É 2020. A Copa do Mundo de 2014 foi um fiasco. O Brasil perdeu. E a Argentina ganhou. Dá para imaginar que agora os protestos significam tanto à nossa democracia quanto o voto obrigatório. A PM foi desmilitarizada. Mas infelizmente os drones não. Agora as manifestações ocorrem e nenhum PM se machuca. Os verdadeiros combatentes são governados por controle remoto. Bom, isso não mudou muito. O país virou um caos. A oposição ao cara que disse que deveríamos ir a pé aos estádios de futebol está no poder desde aquele ano. A boa notícia é que há menos motoqueiros no trânsito de São Paulo. Em compensação você pode estar andando na calçada e trombar com essa coisa voadora. O fato é que agora os drones já entregam comida, sedex, determinação judicial e até descarregam balas na população. Por isso, até as UPPs foram desativadas. Elas são um pouco assustadoras; as coisas voadoras. Estão por todos os lados. Parecem pernilongos gigantes. Mas estão na moda. Já compõem a lista de presentes do

Automedicação: um hábito brasileiro

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Reprodução/Google Dor de cabeça, cólica, dor de garganta, dor na coluna. Que brasileiro não possui em casa uma caixinha com medicamentos para esses incômodos, muitas vezes, recorrentes? Segundo pesquisa da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma), 80 milhões de brasileiros possuem o hábito de se automedicar. A atuação da maioria dos médicos no sistema público de saúde é dessas em que até uma dor no pé pode ser virose. Os enfermeiros tendem a ter uma postura muito mais humana e preocupada com o paciente, enquanto alguns médicos sequer olham nos olhos dos enfermos. Portanto a automedicação pode ser um dos reflexos dessa realidade. Adicionando a isso o acesso fácil a medicamentos básicos como analgésicos, anti-inflamatórios, descongestionantes, entre outros, e a longa espera para se conseguir uma consulta, é compreensível porque tantos brasileiros preferem decidir sozinhos quais remédios tomar.   De acordo com uma pesquisa do Hospital das Clínic

Linchamento por "pessoas de bem"?

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 Diva Suterio Ferreira, 46, mãe de Alailton O caso do jovem Alailton Ferreira, de 17 anos, morto, no domingo (6), após ser linchado por moradores do bairro Vista da Serra II, cidade de Serra, no Espírito Santo, assusta ainda mais por ter sido praticado por moradores que, outrora, seriam honestos, trabalhadores, pessoas “de bem”, mas aqui foram capazes de trazer à tona a crueldade comum aos psicopatas. Lembrando que a família de Alailton afirma que ele possuía distúrbios mentais. É inevitável encher os olhos de lágrima ao ver a imagem divulgada do jovem com o olhar assustado, sentado em meio aos moradores e, depois já com a cabeça ensanguentada. Então, quão deve ser o grau de frieza do indivíduo para machucar dessa forma?  Não há como saber quantos agrediram o garoto, acusado – sem confirmações – de ter estuprado uma menina de 10 anos e roubado uma moto. Porém, só de não ter sido apenas um morador, a história já se mostra mais perturbadora. Porquanto, evidentemente, se um

Carta aos jornalistas

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Ei, dá uma olhada pela janela. Perceba o que está acontecendo ali no hospital. Dá uma investigada nesses políticos aí. Grave uma matéria ou escreva sobre isso. Dá uma esmola pro mendigo, mas procure saber o motivo de ele estar nessa situação. Faça inglês, espanhol, mas não esquece o português não. Você vai precisar dele para, lá no SUS, conversar com a mãe que não sabe o que fazer com o filho autista. Faça graduação, especialização, intercâmbio, mestrado em comunicação. Dê aula, mas ensine a solidariedade e os direitos e deveres civis também. Fuja das drogas, mas não ignore os viciados. Senta lá, escuta eles, mesmo que você não entenda muita coisa, mas deixe as pessoas saberem que eles existem. Conheça seu país e outros pelo mundo, mas leve consigo seu senso de justiça. Seja parcial, não fique do lado dos ladrões... De dinheiro, de vidas. Conheça gente importante. Gente é importante, mesmo sem terno. Honre seus compromissos e cumpra os horários, mas não deixe de sorrir p

Aquela coisa de racismo

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Não existe racismo no Brasil. Ou talvez haja hipocrisia suficiente para mascarar a discriminação racial. O nosso modelo de racismo é típico de um país democrático pós- escravidão , em que os negros foram tratados como inferiores por séculos até que foram libertos e entregues à própria sorte. Da noite para o dia o escravo passou a ser gente e aqueles que não acreditassem nisso podiam ser legalmente punidos. Sendo assim, para autopreservação, muitos “brancos” foram obrigados a fingir o respeito e a consideração pelo negro. Diferindo, portanto, do racismo praticado nos Estados Unidos, em que brancos e negros impõem a si mesmos e as suas culturas em pé de igualdade. Dos brasileiros, 50,7% são negros, de acordo com o Censo do IBGE de 2010, ou seja, mais da metade da população se autoconsidera parda ou negra (ops, preta). Mais exatamente: dessa metade, apenas 15 milhões se declaram pretos, enquanto 82 milhões se classificam como pardos. Será que esses dados não encobrem certa

O que a polêmica envolvendo Sheherazade diz sobre direita e esquerda?

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Nada me deixa mais intrigada do que ver brasileiros se intitulando “de esquerda” ou “de direita”. Quando ouço essa frase prefiro acreditar que se trata de habilidades futebolísticas, pois em um Brasil possuidor de uma política tão precária e corrupta - assim representada em todos os partidos políticos - só consigo deduzir que há muitos pseudo-intelectuais andando por aí. O caso da âncora do jornal SBT Brasil, Rachel Sheherazade, é um excelente demonstrativo do quão ignorante ainda é boa parcela da nossa população. Ao opinar sobre o caso do jovem, com ficha criminal, amarrado nu a um poste como retaliação por seus crimes, a jornalista estava expressando um palpite pessoal, questionável sim, todavia incapaz de representar ideologias políticas. Quem ainda defende essas duas classificações como se cada atitude representasse um lado político, precisa estudar um pouco mais a história política brasileira e a real validade de ambos os termos “esquerda/direita”. Com a consciência

Prender para esconder

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Por Gabriela Peres* Favela, Maracanã, tráfico de drogas, Cristo Redentor, aeroporto Santos Dumont, ônibus lotado, carro importado. Realidades diferentes, sem novidade que agrade e consciência de que tem alguém que pague. Vivemos num fluxo de cegueira de gente que tenta ver, mas não vê nada. Periferias, vielas, cortiços. Você deve estar pensando: "O que você tem haver com isso?". Um pouco, nada, quase nada ou quase tudo. Viver pobre, preso, no crime ou morto virou a cultura dessas pessoas. Quem liga? Se tivéssemos a capacidade de perceber quem morre, veríamos quem mata. É a sociedade que mata, que “desurbaniza” essas pessoas. Mostramos aos nossos filhos que existem crianças nascidas em famílias de pessoas viciadas e com problemas reais? Será que mostramos a realidade na qual a grande maioria da população brasileira vive? Sem brincadeiras, sem conto de fadas. Onde o único príncipe encantado pelo qual podem esperar é o patrão que conhecem ainda na adolescênci

Mulheres em perigo

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  http://www.sulbahianews.com.br/ver.php?id=15680# Já pensou em ter filhos? Um garoto? Uma garota talvez. Imagine você criando uma linda garotinha e acompanhando o seu crescimento e desenvolvimento físico e mental. Ao criar uma mulher você investe em criar um ser humano ainda mais sensitivo e sensível do que já prevê a condição humana natural. Uma garota recebe ensinamentos mais enfáticos sobre ser gentil, delicada, respeitar e cuidar do próximo e, especialmente, considerar a vontade alheia, às vezes, negligenciando a própria.

Na torcida para que o gigante acorde em 2014

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Foto: Ricardo Galhardo ...A permanência ininterrupta de governos de um mesmo partido permite ainda mais manobras corruptas. Um evento muito importante acontece em 2014. Não, não estou me referindo à Copa do Mundo. A eleição para presidente – o maior cargo eletivo do Brasil – poderá ser um grande acontecimento após os protestos iniciados em junho desse ano em todo o país e que continuam ocorrendo, embora em menor escala. As manifestações que fizeram o Brasil se tornar manchete nos principais jornais do mundo, deixaram clara a insatisfação dos brasileiros quanto à vários temas, entre eles: saúde, educação, segurança e transporte. Entretanto o descontentamento maior foi com a corrupção política. Natural, já que, dentre 177 nações, o Brasil ocupa o  72º lugar no ranking que avalia a corrupção no setor público, conforme o Índice de Percepção de Corrupção (IPC), divulgado em dezembro pela Transparência Internacional. Afinal,  são as ações individuais e ilegais que afetam a au

A arte de cozinhar... Mesmo sem saber

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Não, esse não é um texto para aprimorar seus conhecimentos em culinária e nem de dicas profissionais para que você comece a cozinhar. Provavelmente sou tão leiga em termos de gastronomia quanto um engenheiro, no entanto recentemente descobri que cozinhar não é tão difícil. Isso, claro, fazendo referência à comida caseira e cotidiana. Longe de mim afirmar que produzir aqueles pratos mirabolantes é tarefa simples. O objetivo dessa escrita é apenas contar e defender essa minha nova descoberta. Cozinhar nunca foi algo simples para mim. Tive facilidades e dificuldades em aprender muitas coisas na minha vida, mas as tentativas de preparar qualquer prato sempre foram no mínimo frustrantes. O primeiro arroz virou uma clássica “papa”. O primeiro bolo foi esquecido no forno. Erros clássicos de principiante. Mas já adulta, comecei a tentar entender essa arte que para mim sempre foi mistério. O arroz ainda variou por um tempo entre “papa” e “duro”. E não cozinhava feijão por medo da panel

Onde está a diferença entre "presos políticos" e "políticos presos"?

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Ver um político brasileiro corrupto julgado, condenado e sendo preso causa um prazerzinho até nos menos politizados. O fato é que imaginar a reação de um Dirceu às agruras da prisão faz parecer que vivemos em um ambiente mais justo. A não ser por todos os condenados terem sido conduzidos à detenção de avião e não de ônibus como seria com criminosos comuns; por serem trancafiados individualmente em celas limpas e com muito mais conforto que bandidos responsáveis por crimes muito menos graves e por alguns deles cumprirem pena em regime semiaberto. Enfim, apesar de tantas regalias, é preciso crer que a justiça está sendo feita com base na Constituição e na apuração de todas as provas. Embora militantes petistas afirmem que tudo se trata apenas de vingança e interesses políticos, ou seja, na verdade sustentada pelo time da estrela o mensalão pode ter sido implantado pela oposição. Todavia, é difícil definir qual oposição, pois é sabido que no Brasil ela é mais parada que o trân

A deficiência visual do indivíduo na coletividade cega

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De repente você abre os olhos e não enxerga nada à sua frente, tudo aquilo outrora tão definido tornou-se uma escuridão contínua. Talvez a cegueira tenha  sido de nascença, ou  acontecido devido a um acidente, talvez por uma doença progressiva ou repentina. Não importa, o fato é que não ver as cores e formas que definem o mundo é irreversível. Você não vê, mas está vivo e tudo a sua volta continua existindo. Sua família, seus amigos, sua casa, seu trabalho, enfim... Sua vida.

Fanatismo é o novo pão de cada dia?

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Gabriel de Paiva (Agência O Globo) Quem viu essa semana a  notícia  de que jovens pretendiam ficar acampados por 45 dias em torno do Sambódromo, no Rio de Janeiro, apenas para garantirem um lugar melhor no show do cantor americano Justin Bieber, pode ter ficado um tanto chocado com a informação. Possivelmente se perguntou: “Para que isso?”. Afetação, falta do que fazer ou o fanatismo já pode alimentar tanto quanto o pão de cada dia? A julgar pelo morador deitado ao lado da barraca na imagem acima, as duas primeiras opções parecem condizer melhor com a realidade.

A mulher como indivíduo e não objeto do machismo

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Há situações pelas quais, eu, amigas e a maioria das mulheres temos de passar cotidianamente pelo simples fato de sermos mulheres. Pagamos um alto preço – embora, normalmente imperceptíveis – por termos escolhido romper as antigas tradições e nos tornarmos profissionais fora de casa. Estudamos, trabalhamos, cuidamos da família, de nós, da casa, mas mesmo assim ainda não recebemos o merecido respeito.

Oposição a vinda de médicos estrangeiros: nacionalismo ou xenofobia?

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Jarbas Oliveira/Folha press Importar médicos de Cuba ou de qualquer outro país é o ideal? Não. Ideal seria que no Brasil o acesso ao curso de medicina não fosse tão complexo; que a discrepância entre o ensino público e o privado não fosse tanta; que o atendimento na saúde pública fosse mais humanitário; que os médicos particulares não cobrassem tão caro por uma consulta. Mas o Brasil está bem longe de ser um país ideal, então há sim a necessidade da vinda de médicos estrangeiros para suprir as carências na área da saúde.

Bruno e o humor da TV Globo

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Bruno chega em casa para almoçar, por volta de 13h40. Ele raramente faz isso devido à correria das poucas horas de intervalo do trabalho, que não calha com a dificuldade de se locomover em São Paulo. Mas hoje Bruno decidiu que iria comer sua própria comida, sentado em seu sofá e assistindo a mesma coisa que assistiu durante anos da sua infância – quando ainda não tinha preocupações.

Mídia Ninja: um novo modelo midiático?

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Pablo Capilé e Bruno Torturra, integrantes do Ninja, no programa Roda Viva Após ler um post no  Ferramentas Foca  e assistir a  entrevista  dos integrantes Pablo Capilé e Bruno Torturra ao programa  Roda Vida , não me contive em opinar  sobre a mídia Ninja (Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação) . Resumidamente, a Ninja é uma imprensa independente que tem por objetivo noticiar aquilo que a imprensa tradicional não considera relevante. Ou seja, a versão dos fatos pela ótica dos envolvidos e maiormente prejudicados. No caso dos protestos ocorridos em junho, por exemplo, os manifestantes eram os protagonistas da notícia.

Conhecimento para um mundo melhor

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Quando iniciei a graduação em jornalismo, há 3 anos e meio, tinha a pretensão clichê de "mudar o mundo". Mas como esse objetivo pode ter centenas de significados, explico que meu ideal era melhorar vidas e diminuir injustiças. Pretendia usar do conhecimento jornalístico e de todo o acesso possível a fontes e informações para investigar desvios ou má aplicação do dinheiro público. Descobrir porque determinado hospital não tratava bem seus pacientes ou porque certa cidade distante dos principais centros do país era comandada por autoridades políticas ou por cangaceiros.

Pode parecer clichê de livro americano...

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                                                                                                                                                Virginia Mayo/AP Pode parecer clichê de livro norte-americano , mas h oje, ao andar pela rua e sentir o vento gelado batendo no rosto, me senti tão viva como quando o sol queima minha pele. A sensação é hilariante. É um desafio sair de casa com esse clima, mas vale a pena sentir na pele uma nova estação, ver a mudança no tempo e ter a certeza de que algo mudará até que o sol volte a raiar intensamente. O frio é solitário. É a estação que obriga a convivência consigo mesmo.  Isso porque as pessoas querem ficar quietinhas, pois parece que até falar congela. Então, aparentemente todos ficam tristes, mas na realidade é apenas introversão. É um bom momento para rever escolhas, repensar atitudes e começar a planejar o futuro, àquele que começa com o próximo verão. O inverno permite conviver mais em família, assistir mais filmes, ler bons livro