Mulheres em perigo
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Já pensou em ter filhos? Um garoto? Uma
garota talvez. Imagine você criando uma linda garotinha e acompanhando o seu crescimento
e desenvolvimento físico e mental. Ao criar uma mulher você investe em criar um
ser humano ainda mais sensitivo e sensível do que já prevê a condição humana
natural. Uma garota recebe ensinamentos mais enfáticos sobre ser gentil, delicada,
respeitar e cuidar do próximo e, especialmente, considerar a vontade alheia, às
vezes, negligenciando a própria.
Agora imagine a sensação de incapacidade sua e de sua filha quando, ao chegar na adolescência, ela é forçada a render o corpo (que é somente uma parte do que ela é) para que um marmanjo satisfaça os próprios desejos sexuais. Sim, dessa forma, como se ela fosse um objeto inanimado e não um ser vivo. E, após o ocorrido, acusem-na de se vestir e se comportar intencionalmente para atrair a atenção masculina. Isso mesmo, ela foi covardemente abusada porque ao invés de ser um humano é apenas mulher.
Apesar da mudança dos tempos, de toda a
evolução conquistada na formação dos homens, o número de mulheres
violentadas por àqueles que deveriam ser seus protetores permanece alarmante.
Em 2012, mais de 50 mil mulheres foram estupradas, conforme o 7º Anuário
Brasileiro de Segurança Pública. Em São Paulo, em média, 37 vítimas são estupradas por dia. No Rio de Janeiro, são 13 estupros diariamente. (Dados
divulgados pela Segurança Pública de cada estado).
Para piorar, esses números podem ser menores
do que os casos reais, considerando que muitas vítimas são violentadas, mas
temem denunciar seus malfeitores. Pode ser um desconhecido que tenha abusado de
sua filha. Porém também é possível que seja alguém com quem ela conviva na
escola, no trabalho, na rua ou até em casa. O crime é silencioso e as marcas só
servem de provas por um curto período de tempo, todavia o abuso e as ameaças
podem ser constantes.
Talvez haja motivos sociológicos para que
esse tipo de crime seja tão pouco divulgado e punido. Uma sociedade intrinsecamente
machista torna-se incapaz de notar essa realidade cruel e covarde. Há o
conceito de que a culpa dos estupros é das mulheres e que os homens agem por
instinto. Instinto maligno? Pode ser. A verdade é que você é incapaz de
imaginar algum mal para sua filha e, em pleno século XXI, jamais cogitaria a
possibilidade de ela ser violentada simplesmente por ser mulher.
Leis são grandes conquistas, mas não são suficientes para erradicar a covardia de homens que ainda acreditam ser superiores e proprietários do que lhes dá prazer; mesmo se tratando de um ser vivo. É também importante uma mudança de mentalidade que começa na criação dos nossos filhos e passa pela conscientização de que esses dados são reais e de que o problema é coletivo, afinal, qualquer mulher está sujeita a sofrer abusos.
Medidas a serem tomadas em caso de estupro:
1. Não tomar banho (para garantir provas para
exame de corpo delito)
2. Ir à Delegacia da Mulher, ou
qualquer delegacia, registrar BO.
3. Ir a uma Unidade de Saúde para tomar
a pílula do dia seguinte e um coquetel de remédios que previne doenças. (Não precisa
de BO)
Fonte: Ministério da Saúde
*Post inspirado na leitura do livro "Tão mais bonita", de Cara Hoffman.
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