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Mostrando postagens de fevereiro, 2014

Aquela coisa de racismo

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Não existe racismo no Brasil. Ou talvez haja hipocrisia suficiente para mascarar a discriminação racial. O nosso modelo de racismo é típico de um país democrático pós- escravidão , em que os negros foram tratados como inferiores por séculos até que foram libertos e entregues à própria sorte. Da noite para o dia o escravo passou a ser gente e aqueles que não acreditassem nisso podiam ser legalmente punidos. Sendo assim, para autopreservação, muitos “brancos” foram obrigados a fingir o respeito e a consideração pelo negro. Diferindo, portanto, do racismo praticado nos Estados Unidos, em que brancos e negros impõem a si mesmos e as suas culturas em pé de igualdade. Dos brasileiros, 50,7% são negros, de acordo com o Censo do IBGE de 2010, ou seja, mais da metade da população se autoconsidera parda ou negra (ops, preta). Mais exatamente: dessa metade, apenas 15 milhões se declaram pretos, enquanto 82 milhões se classificam como pardos. Será que esses dados não encobrem certa

O que a polêmica envolvendo Sheherazade diz sobre direita e esquerda?

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Nada me deixa mais intrigada do que ver brasileiros se intitulando “de esquerda” ou “de direita”. Quando ouço essa frase prefiro acreditar que se trata de habilidades futebolísticas, pois em um Brasil possuidor de uma política tão precária e corrupta - assim representada em todos os partidos políticos - só consigo deduzir que há muitos pseudo-intelectuais andando por aí. O caso da âncora do jornal SBT Brasil, Rachel Sheherazade, é um excelente demonstrativo do quão ignorante ainda é boa parcela da nossa população. Ao opinar sobre o caso do jovem, com ficha criminal, amarrado nu a um poste como retaliação por seus crimes, a jornalista estava expressando um palpite pessoal, questionável sim, todavia incapaz de representar ideologias políticas. Quem ainda defende essas duas classificações como se cada atitude representasse um lado político, precisa estudar um pouco mais a história política brasileira e a real validade de ambos os termos “esquerda/direita”. Com a consciência

Prender para esconder

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Por Gabriela Peres* Favela, Maracanã, tráfico de drogas, Cristo Redentor, aeroporto Santos Dumont, ônibus lotado, carro importado. Realidades diferentes, sem novidade que agrade e consciência de que tem alguém que pague. Vivemos num fluxo de cegueira de gente que tenta ver, mas não vê nada. Periferias, vielas, cortiços. Você deve estar pensando: "O que você tem haver com isso?". Um pouco, nada, quase nada ou quase tudo. Viver pobre, preso, no crime ou morto virou a cultura dessas pessoas. Quem liga? Se tivéssemos a capacidade de perceber quem morre, veríamos quem mata. É a sociedade que mata, que “desurbaniza” essas pessoas. Mostramos aos nossos filhos que existem crianças nascidas em famílias de pessoas viciadas e com problemas reais? Será que mostramos a realidade na qual a grande maioria da população brasileira vive? Sem brincadeiras, sem conto de fadas. Onde o único príncipe encantado pelo qual podem esperar é o patrão que conhecem ainda na adolescênci