O aprendizado da derrota
Não é fácil lidar com a derrota. Na
verdade, considero essa umas das coisas mais difíceis da vida. Quando você se
empenha por um período, seja anos ou dias, para atingir um objetivo, mas no fim
o destino parece não colaborar, e a sensação de fracasso se torna inevitável.
Ainda que a sessão de autoajuda nos influencie a acreditar que o fracasso só
cabe àquele que nunca sequer fez a tentativa, na prática, a teoria não se
aplica tão bem.
Acompanhar a trajetória da Seleção
Brasileira nessa Copa do Mundo foi relevante para mim, nesse momento da vida.
Destacou o fato de que estamos sujeitos ao erro, ainda que haja a inicial
certeza de que o passo dado foi certeiro. Às vezes, o esforço pessoal, os dias
e noites de trabalho, as tentativas constantes de chegar ao resultado esperado
não são suficientes para nos garantir uma vitória, seja na vida ou numa
competição.
Em outros momentos, esse período
intenso de empenho nos apresenta outras consequências possíveis. Talvez
tenhamos dispensado tempo em determinada atividade acreditando que isso nos
traria respostas ou um estado de satisfação e, no fim, o caminho não nos direciona aquele desfecho calculado. Naturalmente nos sentimos frustrados e perdidos. E
o erro, na verdade, é permanecer nesse lugar, questionando a si mesmo, ao invés
de enxergar as possibilidades.
O aprendizado adquirido nas tentativas
e a autodescoberta precisam servir de alguma coisa, afinal, podem ser o pontapé
para outra conquista ou um novo desafio. Se o processo de autoquestionamento é
inevitável e necessário em certo nível, o recomeço é ainda mais importante.
Consideremos que, se a derrota nos faz sentir que desperdiçamos tempo, então
todo o esforço deve ser reaplicado de outra forma para que no fim tenhamos
algum retorno positivo.
A Seleção não cumpriu o objetivo de
ganhar a competição. Eles trabalharam e sonharam com isso, mas não houve o
resultado almejado. Bola para frente (se me permite o trocadilho), mas a
análise da derrota deve ser feita. Certamente há uma relevância na experiência
adquirida, nos treinos, nos erros e na pressão vivenciada. O fator importante
aqui é saber imputar essas consequências em tentativas mais acertadas no
futuro.
O que você faz diante da ruína é
primordial para alterar resultados e proporcionar conquistas futuras. Aceite a
perda, com o foco no que deve ser melhorado no processo para outros desafios.
Às vezes o esforço é recompensado claramente, mas em outros momentos só é
válido se olhado por outro ângulo. Aprofunde o olhar e recomece. Encontre
outros caminhos, caso necessário, e invista neles, mas jamais permita que um
aparente fracasso torne-se um fato consumado e imutável.
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