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Mostrando postagens com o rótulo Opinião

Existe amor em São Paulo

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São Paulo me transborda. Para uma garota do interior, a diversidade cultural da maior metrópole do país é fascinante. Apesar de ter nascido em Sampa, tive poucas oportunidades de desbravar a imensidão dessa cidade. Há anos planejava fazer um tour cultural por São Paulo e, graças a alguns fatores, essa oportunidade se tornou possível. É nesse ponto que deixo um sincero agradecimento a um grande amigo que finalmente tive o prazer de conhecer pessoalmente, Emilio Coutinho, fundador do Casa dos Focas , um projeto pelo qual tenho enorme admiração. Emilio gentilmente aceitou ser meu guia turístico e assim pudemos admirar um pouco da arte paulistana. Infelizmente, conhecer todos os pontos culturais de São Paulo em apenas um dia é humanamente impossível. Apesar disso, conseguimos visitar alguns dos mais interessantes lugares turísticos da capital. Dentre eles, a Estação da Luz , a Pinacoteca , o Museu da LínguaPortuguesa , o prédio dos Correios , o Mosteiro de São Bento , a Avenida Pa

Futebol brasileiro: quem vive de passado é museu

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Em entrevista ao programa Bola da Vez , da ESPN Brasil, exibido nessa terça-feira (7), o jogador do Barcelona, Daniel Alves, deu um show de bola e mostrou que futebol é muito mais do que conquistar cinco Copas do Mundo. Há quase oito anos no time da Espanha, Daniel comprova o fato de que o futebol brasileiro está ultrapassado e que, muitas vezes o conceito de nós, torcedores, a respeito dos jogadores é equivocado. Daniel Alves revelou que Josep Guardiola , considerado o melhor técnico do mundo e responsável pelas vitórias do Barça nos últimos anos, se ofereceu para treinar a seleção brasileira para a Copa de 2014, mas foi vetado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Informação que certamente fez o coração de muitos fanáticos por futebol tremer e questionar: Por quê? O próprio jogador responde: “Ficaram com receio de que os brasileiros não aceitassem um técnico de fora treinando a seleção”. A indagação do jogador quanto a essa afirmação reflete muito a minha opinião e

Política é profissão?

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O movimento Fim do Político Profissional (FPP) é uma iniciativa que pretende mobilizar os brasileiros para uma causa realmente nobre: estabelecer uma nova forma de governar. Fundado pelo jurista e professor Luiz Flavio Gomes* com o Instituto AvanteBrasil , o movimento apresenta a proposta de reduzir o tempo de mandato dos políticos e limitar o número de reeleições. Na prática, os representantes do Poder Executivo terão direito a apenas um mandato e os legisladores dois, no máximo. O propósito do projeto é evidente frente a uma constatação: no Brasil política é profissão. O Sarney que o diga. Esse fato facilita e viabiliza as tão conhecidas maracutaias do nosso sistema democrático. A cada mandato, o candidato eleito conquista novas parcerias e assume novas promessas, que serão cumpridas após a reeleição, caso os parceiros colaborem para obterem retorno no futuro. E esse ciclo vicioso permanece ao longo dos anos, tornando o político invencível e bastante atrelado aos interess

Puro clichê!

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Reprodução Poucas coisas me incomodam tanto quanto os clichês, por isso tenho demorado a postar textos aqui no blog. Penso em escrever sobre as dificuldades da fase adulta: que crescer não é fácil e te obriga a optar por trilhar caminhos rotineiros e, no futuro, ter de lidar com as frustrações ou realizar sonhos e sofrer as consequências da incompreensão alheia. Mas isso tudo é tão óbvio que mudo de ideia e tento explanar sobre as dificuldades de se adquirir determinados conhecimentos depois de certa idade. Como aprender um novo idioma, por exemplo. Eu sei, os assuntos não têm nada a ver um com o outro, mas combinam com minha mente perambulante. Mas essa complexidade é corriqueira também. Quem nunca? Depois eu resolvo escrever sobre relacionamentos. Faz tempo que ensaio pensamentos sobre a amizade, sobre o amor de mãe ou de como é maravilhoso ser tia, mas a respeito desse último item, a Ruth Manus já escreveu um texto perfeito, e não atingir o mesmo nível sentimental e de c

Luto no Facebook

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Confesso a minha dificuldade em compreender as pessoas que compartilham seus lutos no Facebook. Talvez eu seja antiquada, mas sou de uma época em que certos sofrimentos precisavam ser sentidos em silêncio, especialmente a morte de um familiar ou amigo. Mas em uma era em que sofrer é inaceitável, a não ser que a sua dor seja digna de compaixão e respeito unânimes – como só a morte pode realmente ser – o luto é justamente a única dor com permissão para ser divulgada. Quanta ironia.                          Uma prática que nos estimula a compartilhar detalhes das nossas vidas com pessoas que conhecemos pouco ou sequer conhecemos. E essa atitude influencia muitos a anunciarem também as tristezas da vida. Não há problema nenhum nisso quando se trata de determinados momentos ruins, mas o que se espera de uma pessoa enlutada é luto. E luto é sofrer uma dor tão intensa que é capaz até de nos tirar de órbita, mas não do Facebook? O significado do luto é o respeito à morte, ao silê

Um amor de fã

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Blog Memes Metaleiros Os fãs nunca foram tão próximos de seus ídolos. Nem tão apaixonados. Confesso que o fanatismo é algo que me intriga. Admiro algumas pessoas, normalmente por seu caráter e trabalho desempenhado, e tento acompanhar um pouco do que fazem, mas não venero ninguém. Gostaria muito de conhecer alguns pensadores e especialistas contemporâneos e poder contar-lhes a minha admiração e impressão a respeito dos assuntos sobre os quais discorrem e debatem em blogs, livros, vídeos e programas de TV. Mas em hipótese alguma eu diria a eles a seguinte frase: Te amo! Só de ler a sentença já soa estranho não? E, exatamente por isso, não compreendo porque pessoas que veem seus ídolos uma única vez na vida podem pronunciar algo tão sério. Das duas uma: ou é muita carência ou amar se tornou pura superficialidade. Não interessa se o indivíduo acompanha diariamente a vida de uma personalidade, se sabe até quem são seus amigos, sua comida preferida ou o que gosta de fazer no tem

As creches subestimam as crianças?

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Tanto quanto as escolas brasileiras não correspondem às necessidades e à capacidade de seus alunos, as creches também não possibilitam um desenvolvimento muito amplo de seus pequenos. Se o intuito é preparar as crianças para um ensino medíocre, as creches têm cumprido sua função. Uma pena, já que subestimar o potencial dos mais novos é um tremendo retrocesso. Na França, as crianças com idade a partir de quatro anos já têm aulas de sociologia e filosofia. Pode até parecer um exagero, mas é positivamente assustador descobrir o quanto as crianças já têm um conceito formado do que é o mundo e o que são os adultos. Questionados (em um programa exibido em um canal fechado), sobre o que é ter liberdade, os pequenos disseram que ser adulto é ser livre. Mas ao longo do debate, muito bem estimulado pela professora, eles reavaliaram suas respostas. Muitos chegaram à conclusão pensativa de que seus pais não eram livres porque tinham de trabalhar para conseguir dinheiro para “comprar as

Que tal: bonita por natureza?

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     As mulheres sempre foram vítimas de modismos. E, durante muito tempo, a aceitação dos padrões nos forçou à adaptações. Não há melhor exemplo para citar do que os espartilhos. Lá por volta do século XVI a peça foi inventada, inicialmente para dar sustento aos seios e proporcionar uma postura ereta. Depois, já no século XIX, as mulheres notaram o efeito do espartilho na cintura e, então a moda era afinar a circunferência para parecer mais feminina. Dá para imaginar o mal que isso causava especialmente às mulheres com formas avantajadas? O efeito psicológico devia ser devastador. Talvez a mesma sequela que as mulheres de estrutura fina carregavam quando o padrão era ser avolumada. A verdade é que os padrões sempre existiram para todos nós, mulheres e homens, mas talvez pela nossa essência em querer agradar, sejamos mais suscetíveis às imposições. Há poucos dias, noticiaram uma cirurgia capaz de proporcionar uma beleza mais próxima do considerado ideal. A bichectomia .

Menos lide e mais amor, por favor!

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Hoje eu queria menos português, menos concordância. Queria prestar menos atenção a grafia das palavras e procurar menos por sinônimos. Em um dia como hoje, eu abro mão de formar parágrafos para formar mais sorrisos. Eu queria mais pronomes possessivos no lugar de tantos dados. Hoje, a única informação que eu gostaria de escrever é que o dia está mais colorido porque, afinal, você finalmente está aqui. Quero acertar menos na escolha das palavras e combinar melhor você e eu. Deixo para lá esse encaixe de contextos que me é tão importante para me encaixar nos teus braços. Juro, abro mão de definir todos os parágrafos em quatro ou cinco linhas - até formar uma notícia completa e sucinta - para escrever um texto sem pé nem cabeça explicando o que seus olhos significam pra mim. Vai, acredita, que hoje eu mudo a fonte habitual e uso qualquer outra em negrito. Prometo não escolher títulos nem apontar caminhos, deixo você me guiar. Queria procurar e checar menos dados hoje, e investigar ma

A importância da guarda compartilhada

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Guarda compartilhada significa divisão igualitária de responsabilidades. Quando a separação se torna opção inevitável para um casal, a decisão de dividir o tempo da criança entre o amor, o cuidado, a preocupação e a presença de ambos é importante para manter o equilíbrio da criação. Se os pais fizeram escolhas errôneas, não é justo privar a criança da presença mais frequente desse ou daquele. A guarda compartilhada, inclusive, deveria ser a regra e não exceções. Os ensinamentos e a convivência dos pais precisam ser constantes na vida do filho, na mesma medida. Ainda que as vidas mudem. Porém na prática, no Brasil os pais são os mais prejudicados pelo distanciamento dos filhos, pois as mães são predominantemente responsáveis pela guarda. É o que aponta a pesquisa Estatísticas do Registro Civil 2011 , do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Naquele ano, em 87,6% dos divórcios, a responsabilidade maior pela criação das crianças foi conferida a parte matern

Bipolaridade jornalística

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Chuvas inundam cidade. Seca provoca estiagem. Calor intenso exige mais consumo de água. Cuidado ao consumir massas no frio. Moradores reclamam de falta de água. Tsunami destrói cidade. Usuários terão que pagar mais por energia. Falta luz em bairros alagados por chuva. Acidente provoca congestionamento. Congestionamento provoca acidente. Bolsa Família estimula o assistencialismo. Aumenta número de famílias que precisam do Bolsa Família. Exercício regular reduz chances de ataques cardíacos. Atividades físicas esporádicas provocam doenças do coração. Candidato A avança na pesquisa de intenção de votos. Nova pesquisa aponta candidato B como eleito. Famoso se casa nesse sábado. Famosa anuncia separação. Brasileiros fazem manifestação em prol da democracia. População reivindica volta do regime militar. Balas de borrachas ferem quinze em protesto no centro. PM não pode mais usar bala de borracha em manifestações. Estudantes devem chegar cedo para prestar Enem. Alunos atrasam e não con

A arte de manter-se vivo

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Manter-se vivo nos dias atuais não é das tarefas mais fáceis. Tanto trabalho, tantos compromissos, tantas expectativas para acolher. E, às vezes, nos perdemos de quem de fato somos e das necessidades do nosso corpo. A necessidade de dormir um pouco mais por dia, de se espreguiçar, de ouvir um pouco de música, ler um livro ou parar por alguns minutos só para pensar na vida. Há quem diga que tudo isso é perda de tempo. Ou privilégio para poucos. Mas não é bobagem descobrir quem realmente comanda sua vida e se dar conta de que ou você cria seus limites e impõe suas perspectivas ou passará a vida obedecendo às regras de um jogo nada divertido e que existe mesmo com a sua ausência. Preservar a própria saúde, mental e física, deveria ser o guia para todas as demais ações ao longo da vida. Trabalhos vêm e vão. Ainda bem. Afinal, qual a vantagem de se gastar a vida toda fazendo a mesma coisa todo dia, quando o mundo nos contempla com infinitas possibilidades? Estudar e tr

Em tempos de eleição

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Antonio fazia uma caminhada pela calçada de seu bairro, quando avistou vários cavaletes de propaganda política na esquina seguinte. Decidiu dar uma parada na lanchonete. Já sentado, começou a observar os políticos. Homens brancos, de terno, sorridentes. Alguns dos rostos já lhe eram familiar devido à insistência em aparecer em todas as esquinas, em santinhos e na televisão. Antonio se perguntou se algum deles sentia vergonha de ser político. Afinal, andar com a cara estampada por aí, representando uma classe tão famosa pela desonestidade e incompetência não parece nada agradável. “A não ser que o dinheiro compense”. Para Antonio, político é uma ofensa. “Tanto faz chamar de ladrão ou de político”. Sentiu vergonha alheia por aqueles homens de dentes brancos, que nem na aparência faziam questão de representar o povo. “Imagina na prática”. Formado em medicina, Antonio nunca teve muito tempo para prestar atenção em política. Sabia pouco sobre o sistema democrático b

A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio

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O jornalismo brasileiro possui ressalvas em divulgar casos de suicídio. A maioria dos jornais, incluindo todas as plataformas, prefere omitir quaisquer informações a respeito de pessoas que tentam ou conseguem tirar a própria vida, a não ser que seja alguma personalidade. O objetivo dessa atitude coletiva é respeitar o indivíduo e os familiares e, principalmente, evitar o incentivo à disseminação do suicídio. Um relatório inédito da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado no último dia 4 de setembro, revelou que a cada 40 segundos, uma pessoa no mundo comete suicídio. É um dado assustador, mas importante para trazer à tona um problema pouco comentado no cotidiano dos noticiários. De fato, a veiculação de suicídios poderia incentivar a prática, mas e a omissão? O Brasil é o 8º país entre as nações com maior número de suicídio. No ano de 2012, o país registrou 11.821 mortes por suicídio, sendo 9.918 de homens e 2.623 de mulheres, uma taxa de 6% para cada 100 mil habi

"Adeus é brasileiro"

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A manchete do jornal português A Bola, que afirma "Adeus é brasileiro" é de fato a mais criativa dos noticiários mundiais. Criatividade, inclusive, é um dos ingredientes ausentes em campo e motivo do vexame brasileiro. Perder para a seleção alemã já era previsível, ao menos para aqueles que acompanharam o desempenho dos jogadores alemães durante o campeonato. Ainda assim, esperava-se por um resultado menos vergonhoso para o histórico do tradicional futebol brasileiro. Entretanto, agora, é justamente esse fator que precisa ser repensado e debatido: onde deixamos de ser os melhores? Porque não mais lançamos craques com a mesma frequência dos tempos de Pelés e Ronaldinhos e ainda assim nos acomodamos?  Ao avaliar as partidas de seleções como Argentina, Alemanha, Holanda, França, Itália e até Colômbia, é nítida a superioridade do desempenho desses jogadores se comparados ao futebol brasileiro. A distância do Hexacampeonato parece ficar maior para o Brasil a cada an

Uma geração que mudou até os ditados

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Os ditados populares foram bons conselheiros aos homens por décadas, quiçá por séculos. Durante esse tempo, foram responsáveis por sintetizar e adiantar situações, baseados em experiências antecedentes. Entretanto, a partir dos anos 90, iniciou-se um processo de transformação e até de desconstrução desses ditados: um súbito reflexo da mudança de comportamento das novas gerações. Concomitantemente ao surgimento da internet e à sua democratização, aos avanços tecnológicos e à profusão da informação, uma nova geração passou a se desenvolver. Jovens naturalmente mais instruídos, revolucionários e pseudo-experientes (já que a aparente experiência advém, na verdade, do consumo de informação) vêm transformando o conceito global de sociedade. Essa geração rompeu paradigmas. Do bem e do mal. A ponto de nem os ditados populares lhe servirem mais, a não ser quando adaptados: “a fé remove montanhas. A dinamite então, nem se fala”, “a união faz açúcar”, “a primeira impressão é a que