Política é profissão?



O movimento Fim do Político Profissional (FPP) é uma iniciativa que pretende mobilizar os brasileiros para uma causa realmente nobre: estabelecer uma nova forma de governar. Fundado pelo jurista e professor Luiz Flavio Gomes* com o Instituto AvanteBrasil, o movimento apresenta a proposta de reduzir o tempo de mandato dos políticos e limitar o número de reeleições. Na prática, os representantes do Poder Executivo terão direito a apenas um mandato e os legisladores dois, no máximo.

O propósito do projeto é evidente frente a uma constatação: no Brasil política é profissão. O Sarney que o diga. Esse fato facilita e viabiliza as tão conhecidas maracutaias do nosso sistema democrático. A cada mandato, o candidato eleito conquista novas parcerias e assume novas promessas, que serão cumpridas após a reeleição, caso os parceiros colaborem para obterem retorno no futuro. E esse ciclo vicioso permanece ao longo dos anos, tornando o político invencível e bastante atrelado aos interesses dos apoiadores.

Muitos dos casos de amor entre políticos e proprietários de empreiteiras nascem assim. Além disso, ter a política como profissão justifica a necessidade de um salário exorbitante, moradia, veículo e demais mordomias, afinal, quando “representar o povo” é a única fonte de renda, então é importante assegurar que o profissional tenha as mesmas condições que poderia ter conquistado caso abrisse mão dessa função tão altruísta (risos). Reduzir o número de mandatos é um empurrãozinho para o indivíduo garantir a autonomia financeira.
                                                                                                               
O movimento é legítimo e necessário, por isso exige a participação popular através de assinaturas. A intenção de Luiz Flavio Gomes é elaborar um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que será encaminhada ao Congresso Nacional e terá de ser adota pelos parlamentares. “As assinaturas de apoio a esta proposta de PEC demonstrarão ao Congresso e às instituições que a sociedade brasileira continua pressionando pela plena eficácia do princípio constitucional da moralidade na vida política do país.” (trecho retirado do site do FPP). 

Jurista Luiz Flavio Gomes
      A organização prioriza a coleta presencial de assinaturas, embora também considere as assinaturas eletrônicas. Apesar da relevância do movimento, até a data dessa postagem apenas 49.680 brasileiros assinaram a petição. O objetivo é que pelo menos um milhão de pessoas demonstrem apoio pelo projeto e assim as assinaturas sejam encaminhadas ao Congresso. O Fim do Político Profissional tem sido amplamente divulgado no Jornal da Cultura, na TV Cultura, onde Luiz Flávio é comentarista.

No endereço eletrônico do FPP é possível baixar um formulário para o recolhimento de assinaturas. Depois é só enviar as páginas por correio. O site e a página no Facebook também permitem à população oferecer sugestões, críticas e solucionar dúvidas a respeito do tema. Portanto, caso tenha interesse em saber mais sobre a proposta, acesse os canais e ajude a tornar o sistema político brasileiro mais honesto. Seremos milhões nessa batalha ou só se o assunto fosse o Big Brother? 


*Luiz Flávio Gomes nasceu em Sud Menucci no dia 6 de maio de 1958. É jurista, fundador da primeira rede de ensino telepresencial da América Latina (LFG), presidente do Instituto Avante Brasil e co-editor do Portal Atualidades do Direito.

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