"Adeus é brasileiro"




A manchete do jornal português A Bola, que afirma "Adeus é brasileiro" é de fato a mais criativa dos noticiários mundiais. Criatividade, inclusive, é um dos ingredientes ausentes em campo e motivo do vexame brasileiro. Perder para a seleção alemã já era previsível, ao menos para aqueles que acompanharam o desempenho dos jogadores alemães durante o campeonato.

Ainda assim, esperava-se por um resultado menos vergonhoso para o histórico do tradicional futebol brasileiro. Entretanto, agora, é justamente esse fator que precisa ser repensado e debatido: onde deixamos de ser os melhores? Porque não mais lançamos craques com a mesma frequência dos tempos de Pelés e Ronaldinhos e ainda assim nos acomodamos? 

Ao avaliar as partidas de seleções como Argentina, Alemanha, Holanda, França, Itália e até Colômbia, é nítida a superioridade do desempenho desses jogadores se comparados ao futebol brasileiro. A distância do Hexacampeonato parece ficar maior para o Brasil a cada ano e bem mais próxima para as inovadoras e também tradicionais seleções.

Os jogadores brasileiros não podem ser culpados pela derrota e nem pelo fraco estilo de jogo da seleção canarinho. A Comissão Técnica tem quase toda a responsabilidade pelo trágico resultado, que vai desde a escalação até à formação tática do time. Ainda que a sorte também seja inerente ao jogo.

Porém há algo a ser ressaltado e elogiado – embora essa confirmação só possa ser definitiva após a disputa pelo 3º lugar – os integrantes do time brasileiro deram exemplos de companheirismo, solidariedade e humildade. Mas, infelizmente, a inexperiência do time numa competição dessa grandeza foi tão superior às qualidades quanto a arrogância do técnico pentacampeão.

Ironicamente, apesar da aparente convicção de Felipão em ter constituído uma equipe vencedora, o próprio técnico deixou transparecer expressões de desespero pela ineficácia do time, ainda no jogo contra o México.

Agora, com o fim próximo da Copa do Mundo, voltam à tona temas recorrentes no país de junho de 2013 para cá: Educação, saúde, segurança e transporte frente aos estádios elefantes brancos. A esperança é que o povo se conscientize de que não é a guerra a solução dos problemas brasileiros e sim o uso democrático do poder de voto.

Quanto ao futebol, resta aos fanáticos, admiradores e técnicos esquecer o passado, focar nas técnicas atuais praticadas em campo e reaprender a dar “show de bola”. Caso contrário, além de David Luiz continuar com o cabelão, assistiremos ao Hexa sendo entregue à seleções com menos história e mais merecimento.

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