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Política é profissão?

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O movimento Fim do Político Profissional (FPP) é uma iniciativa que pretende mobilizar os brasileiros para uma causa realmente nobre: estabelecer uma nova forma de governar. Fundado pelo jurista e professor Luiz Flavio Gomes* com o Instituto AvanteBrasil , o movimento apresenta a proposta de reduzir o tempo de mandato dos políticos e limitar o número de reeleições. Na prática, os representantes do Poder Executivo terão direito a apenas um mandato e os legisladores dois, no máximo. O propósito do projeto é evidente frente a uma constatação: no Brasil política é profissão. O Sarney que o diga. Esse fato facilita e viabiliza as tão conhecidas maracutaias do nosso sistema democrático. A cada mandato, o candidato eleito conquista novas parcerias e assume novas promessas, que serão cumpridas após a reeleição, caso os parceiros colaborem para obterem retorno no futuro. E esse ciclo vicioso permanece ao longo dos anos, tornando o político invencível e bastante atrelado aos interess

Puro clichê!

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Reprodução Poucas coisas me incomodam tanto quanto os clichês, por isso tenho demorado a postar textos aqui no blog. Penso em escrever sobre as dificuldades da fase adulta: que crescer não é fácil e te obriga a optar por trilhar caminhos rotineiros e, no futuro, ter de lidar com as frustrações ou realizar sonhos e sofrer as consequências da incompreensão alheia. Mas isso tudo é tão óbvio que mudo de ideia e tento explanar sobre as dificuldades de se adquirir determinados conhecimentos depois de certa idade. Como aprender um novo idioma, por exemplo. Eu sei, os assuntos não têm nada a ver um com o outro, mas combinam com minha mente perambulante. Mas essa complexidade é corriqueira também. Quem nunca? Depois eu resolvo escrever sobre relacionamentos. Faz tempo que ensaio pensamentos sobre a amizade, sobre o amor de mãe ou de como é maravilhoso ser tia, mas a respeito desse último item, a Ruth Manus já escreveu um texto perfeito, e não atingir o mesmo nível sentimental e de c

Luto no Facebook

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Confesso a minha dificuldade em compreender as pessoas que compartilham seus lutos no Facebook. Talvez eu seja antiquada, mas sou de uma época em que certos sofrimentos precisavam ser sentidos em silêncio, especialmente a morte de um familiar ou amigo. Mas em uma era em que sofrer é inaceitável, a não ser que a sua dor seja digna de compaixão e respeito unânimes – como só a morte pode realmente ser – o luto é justamente a única dor com permissão para ser divulgada. Quanta ironia.                          Uma prática que nos estimula a compartilhar detalhes das nossas vidas com pessoas que conhecemos pouco ou sequer conhecemos. E essa atitude influencia muitos a anunciarem também as tristezas da vida. Não há problema nenhum nisso quando se trata de determinados momentos ruins, mas o que se espera de uma pessoa enlutada é luto. E luto é sofrer uma dor tão intensa que é capaz até de nos tirar de órbita, mas não do Facebook? O significado do luto é o respeito à morte, ao silê

Um amor de fã

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Blog Memes Metaleiros Os fãs nunca foram tão próximos de seus ídolos. Nem tão apaixonados. Confesso que o fanatismo é algo que me intriga. Admiro algumas pessoas, normalmente por seu caráter e trabalho desempenhado, e tento acompanhar um pouco do que fazem, mas não venero ninguém. Gostaria muito de conhecer alguns pensadores e especialistas contemporâneos e poder contar-lhes a minha admiração e impressão a respeito dos assuntos sobre os quais discorrem e debatem em blogs, livros, vídeos e programas de TV. Mas em hipótese alguma eu diria a eles a seguinte frase: Te amo! Só de ler a sentença já soa estranho não? E, exatamente por isso, não compreendo porque pessoas que veem seus ídolos uma única vez na vida podem pronunciar algo tão sério. Das duas uma: ou é muita carência ou amar se tornou pura superficialidade. Não interessa se o indivíduo acompanha diariamente a vida de uma personalidade, se sabe até quem são seus amigos, sua comida preferida ou o que gosta de fazer no tem

As creches subestimam as crianças?

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Tanto quanto as escolas brasileiras não correspondem às necessidades e à capacidade de seus alunos, as creches também não possibilitam um desenvolvimento muito amplo de seus pequenos. Se o intuito é preparar as crianças para um ensino medíocre, as creches têm cumprido sua função. Uma pena, já que subestimar o potencial dos mais novos é um tremendo retrocesso. Na França, as crianças com idade a partir de quatro anos já têm aulas de sociologia e filosofia. Pode até parecer um exagero, mas é positivamente assustador descobrir o quanto as crianças já têm um conceito formado do que é o mundo e o que são os adultos. Questionados (em um programa exibido em um canal fechado), sobre o que é ter liberdade, os pequenos disseram que ser adulto é ser livre. Mas ao longo do debate, muito bem estimulado pela professora, eles reavaliaram suas respostas. Muitos chegaram à conclusão pensativa de que seus pais não eram livres porque tinham de trabalhar para conseguir dinheiro para “comprar as

Que tal: bonita por natureza?

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     As mulheres sempre foram vítimas de modismos. E, durante muito tempo, a aceitação dos padrões nos forçou à adaptações. Não há melhor exemplo para citar do que os espartilhos. Lá por volta do século XVI a peça foi inventada, inicialmente para dar sustento aos seios e proporcionar uma postura ereta. Depois, já no século XIX, as mulheres notaram o efeito do espartilho na cintura e, então a moda era afinar a circunferência para parecer mais feminina. Dá para imaginar o mal que isso causava especialmente às mulheres com formas avantajadas? O efeito psicológico devia ser devastador. Talvez a mesma sequela que as mulheres de estrutura fina carregavam quando o padrão era ser avolumada. A verdade é que os padrões sempre existiram para todos nós, mulheres e homens, mas talvez pela nossa essência em querer agradar, sejamos mais suscetíveis às imposições. Há poucos dias, noticiaram uma cirurgia capaz de proporcionar uma beleza mais próxima do considerado ideal. A bichectomia .

Retrospectiva 2014

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O gigante caiu num sono profundo. O mensalão foi julgado. A maioria dos condenados se deu bem, enquanto o Joaquim Barbosa foi passar uma temporada exilado. Algum cantor morreu, alguns atores também.  A Copa do Mundo aconteceu, assim como os elefantes brancos. O Brasil perdeu. Mentira, passou vergonha mesmo. Já a Alemanha venceu dentro e fora dos campos. Teve assassinato de filho, de pais, de inocentes. Teve policial abusando da autoridade e protestante sem dignidade. Houve inflação, aumento de energia, escassez de água. Tiveram objetos estranhos caindo do céu e eclipse solar. Aviões caíram, navios afundaram. Schumacher saiu do coma. Teve acidente na fórmula 1. Jornalistas falaram besteira. Políticos superaram a própria ineficiência. Candidato à presidência morreu. Dilma ganhou. PT vibrou. O povo pediu a volta da Ditadura e o impeachment. Não colou. O salário dos deputados aumentou. A Petrobrás virou o Petrolão. Cuba voltou a fazer parte do mapa norte-americano. O BBB14 foi o prime

Menos lide e mais amor, por favor!

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Hoje eu queria menos português, menos concordância. Queria prestar menos atenção a grafia das palavras e procurar menos por sinônimos. Em um dia como hoje, eu abro mão de formar parágrafos para formar mais sorrisos. Eu queria mais pronomes possessivos no lugar de tantos dados. Hoje, a única informação que eu gostaria de escrever é que o dia está mais colorido porque, afinal, você finalmente está aqui. Quero acertar menos na escolha das palavras e combinar melhor você e eu. Deixo para lá esse encaixe de contextos que me é tão importante para me encaixar nos teus braços. Juro, abro mão de definir todos os parágrafos em quatro ou cinco linhas - até formar uma notícia completa e sucinta - para escrever um texto sem pé nem cabeça explicando o que seus olhos significam pra mim. Vai, acredita, que hoje eu mudo a fonte habitual e uso qualquer outra em negrito. Prometo não escolher títulos nem apontar caminhos, deixo você me guiar. Queria procurar e checar menos dados hoje, e investigar ma

A importância da guarda compartilhada

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Guarda compartilhada significa divisão igualitária de responsabilidades. Quando a separação se torna opção inevitável para um casal, a decisão de dividir o tempo da criança entre o amor, o cuidado, a preocupação e a presença de ambos é importante para manter o equilíbrio da criação. Se os pais fizeram escolhas errôneas, não é justo privar a criança da presença mais frequente desse ou daquele. A guarda compartilhada, inclusive, deveria ser a regra e não exceções. Os ensinamentos e a convivência dos pais precisam ser constantes na vida do filho, na mesma medida. Ainda que as vidas mudem. Porém na prática, no Brasil os pais são os mais prejudicados pelo distanciamento dos filhos, pois as mães são predominantemente responsáveis pela guarda. É o que aponta a pesquisa Estatísticas do Registro Civil 2011 , do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Naquele ano, em 87,6% dos divórcios, a responsabilidade maior pela criação das crianças foi conferida a parte matern

Bipolaridade jornalística

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Chuvas inundam cidade. Seca provoca estiagem. Calor intenso exige mais consumo de água. Cuidado ao consumir massas no frio. Moradores reclamam de falta de água. Tsunami destrói cidade. Usuários terão que pagar mais por energia. Falta luz em bairros alagados por chuva. Acidente provoca congestionamento. Congestionamento provoca acidente. Bolsa Família estimula o assistencialismo. Aumenta número de famílias que precisam do Bolsa Família. Exercício regular reduz chances de ataques cardíacos. Atividades físicas esporádicas provocam doenças do coração. Candidato A avança na pesquisa de intenção de votos. Nova pesquisa aponta candidato B como eleito. Famoso se casa nesse sábado. Famosa anuncia separação. Brasileiros fazem manifestação em prol da democracia. População reivindica volta do regime militar. Balas de borrachas ferem quinze em protesto no centro. PM não pode mais usar bala de borracha em manifestações. Estudantes devem chegar cedo para prestar Enem. Alunos atrasam e não con