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Rindo da desgraça em: ‘Feliz Ano Velho’, de Marcelo Rubens Paiva

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Tinha tudo para ser uma história dramática, dessas que passam uma lição de vida, mas ao mesmo tempo nos deixa tristes. E seria, se fosse escrita por alguém com uma visão simplista da vida. Mas a autobiografia de Marcelo Rubens Paiva, lançada em 1982 e intitulada “Feliz Ano Velho”, é um livro de puro humor e é capaz até de fazer parecer que ficar paralisado aos 20 anos de idade - por razão de um ato imprudente - é algo bacana. Talvez isso possa soar exagerado. Mas é assim que Paiva conta sua dramática história após pular num rio e bater a cabeça. Desde as primeiras linhas do livro, o autor utiliza de uma linguagem simples e cômica para descrever o acidente. Com seu jeito instigante, ele narra os pensamentos e emoções que lhe passaram pela cabeça no momento da colisão, em que pensou que morreria. A partir daí, quando a história deveria ficar cada vez mais tensa, fica, na verdade, mais engraçada. Paiva conta sua estadia no hospital, as visitas que recebeu, o modo como se se...

Ajude seus avôs a lerem a bula

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Visitar os avôs é como estar no presente e dar uma volta no passado. No seu, no da sua família. É descobrir que seus pais faziam muito daquilo que te impedem de fazer hoje e que, sim, eles também são frágeis. Seus avôs são capazes de falar por horas de parentes que você nunca viu na vida. São eles que vão contar como foi a sensação de ouvir um rádio pela primeira vez ou de como era ruim a vida sem energia elétrica. Em algum momento da visita, você vai notar que eles reclamam muito sim, mas têm motivos para isso. Afinal, as dores são muitas e as saudades... Ah, essas nem se fala. São eles que vão trocar seu nome pelo de algum outro neto ou pelo de um filho, e você nem vai se chatear, porque saberá que é sempre por excesso de amor. São eles que vão te incentivar a estudar e trabalhar. Mas mesmo sem dizer, eles te farão entender, que apesar da independência ser muito boa na juventude, todos precisam de um amor de verdade ou pelos menos de uma companhia, porque a velhice é um...

Passando de ano aos trancos e barrancos...

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            Fim de semestre é aquela coisa né? Todo mundo correndo atrás de nota, paparicando professor, fazendo trabalho atrasado, exame. Enfim, tudo que não foi feito o ano inteiro precisa ser feito no último mês de aula. E por que não fazer tudo isso na ordem cronológica? Simples: Porque perde toda a graça. Esse é o lado aventureiro de estudar. Você vê aquele nerd se matar de estudar o ano inteiro e passar de ano. Legal, ele merece. Mas você que, com absoluta certeza, não merecia se quer obter a nota média, acaba sendo aprovado e com méritos. Qual é a maior prova de inteligência?                         Primeiro: sempre há aquele professor muito gente boa, como pessoa, porque como professor é merecedor de algum tipo de enforcamento, justamente por não estar nem ai para o fato de você precisar de nota. Ele não liga se você tem filho p...

O por que da divisão do Mato Grosso

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Há uma tendência no Brasil de se considerar apenas o estado de São Paulo como suficientemente desenvolvido. Em contrapartida, outras regiões do país tornaram-se esquecidas e, de certo modo, independentes. O Estado de Mato Grosso do Sul é uma demonstração dessa propensão, se observarmos que seu desmembramento do território de Mato Grosso ocorreu por razões pouco consistentes e baseado em ideais políticos. Não existem comprovações de que a divisão que originou o Mato Grosso do Sul, em 1977, tenha trazido mais benefícios que malefícios para a população do estado, e isso demonstra que a atitude foi tomada devido aos interesses de determinados grupos políticos, sem o verdadeiro consentimento dos cidadãos. Para Marisa Bittar, doutora em História da Universidade Federal de São Carlos, a ação foi “articulada aos interesses geopolíticos da ditadura militar que, então, de cima para baixo, sem consulta às duas populações interessadas – do norte e do sul – dividiu Mato Grosso”. Ainda d...

No mundo moderno, interesses profissionais se sobressaem aos pessoais...

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Devido ao crescimento e à estabilidade da economia brasileira nos últimos anos, cada vez mais os profissionais atuantes no mercado de trabalho dispensam mais tempo às tarefas do encargo que ocupam, pois acredita-se que é essa alta produtividade que gera lucros e atende as expectativas da empresa. Mas e as perspectivas pessoais, acompanham todo esse empenho profissional? E, até que ponto a carreira é um investimento pessoal? São essas as questões levantadas na edição 1027 (31/10/2012) da revista EXAME, em sua reportagem de capa, baseada em uma pesquisa da consultora Betânia Tanure. A pesquisa aponta que os executivos brasileiros gastam hoje mais de 14 horas diárias com o trabalho. Em 2006, eram 13 horas. A quantidade de executivos que trabalham em todos os fins de semana saltou de 26% para 85% e as férias de 30 dias já se tornaram um luxo dispensável para a maioria. Muito embora, o estudo da nossa reportagem tenha sido direcionado aos executivos brasileiros, essa é uma tendênci...

O cálculo da poupança mudou, mas e daí?

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Se você não entende de economia e sempre preferiu a garantia do retorno – mesmo que mínimo – das suas aplicações, é provável que costume investir seu dinheiro na poupança, certo? Mas após a nova medida provisória do Banco Central, em que a taxa Selic foi atrelada ao cálculo da renda financeira daquele que era o investimento mais estável do país, é possível que você esteja revendo sua posição. Até o dia 4 de maio, o critério de remuneração da poupança era de 5% ao mês (ou 6,17% ao ano) mais variação da Taxa Referencial (TR) – índice do governo para calcular o rendimento de diversos investimentos. Ou seja, se uma pessoa tinha mil reais aplicados na poupança, após um mês, teria pelo menos 1.005 reais, rendimento de 5 reais mais a variação da TR. Com a nova regra, s empre que a Selic for igual ou menor a 8,5%, a remuneração da poupança será de 70% da Selic mais a TR. Ou seja , com a Selic a 8,5%, a poupança terá rendimento de 5,95% ao ano mais a TR, totalizando 6,17%. Portanto s...

A eterna guerra de tubarões

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Em ano de eleição municipal, os brasileiros vãos às urnas nos próximos dias exercerem sua democracia... (com o voto obrigatório). Já não bastasse essa incoerência no sistema democrático brasileiro, ainda existe o bipartidarismo que estatiza as mudanças necessárias para o Brasil se tornar socialmente desenvolvido. Os dois principais partidos políticos do país, PT e PSDB, lutam, desde 1994, com unhas e dentes e todo tipo de arma, para atingirem (ou permanecerem) no poder. Quando em estado de oposição, PT e PSDB são bem discretos na maioria dos estados brasileiros, têm mais vocação mesmo é para a situação, onde possuem “liberdade” para usar de todo subterfúgio com o objetivo de terem seus feitos aprovados, seja por eleitores, seja por outros parlamentares. Se o princípio para a escolha de um partido por parte de um político, seria compactuar dos mesmos valores dessa organização, atualmente a ideologia dos partidos resume-se a apenas duas, concomitantes ou não: ser situação ...