A eterna guerra de tubarões




Em ano de eleição municipal, os brasileiros vãos às urnas nos próximos dias exercerem sua democracia... (com o voto obrigatório). Já não bastasse essa incoerência no sistema democrático brasileiro, ainda existe o bipartidarismo que estatiza as mudanças necessárias para o Brasil se tornar socialmente desenvolvido. Os dois principais partidos políticos do país, PT e PSDB, lutam, desde 1994, com unhas e dentes e todo tipo de arma, para atingirem (ou permanecerem) no poder.

Quando em estado de oposição, PT e PSDB são bem discretos na maioria dos estados brasileiros, têm mais vocação mesmo é para a situação, onde possuem “liberdade” para usar de todo subterfúgio com o objetivo de terem seus feitos aprovados, seja por eleitores, seja por outros parlamentares.

Se o princípio para a escolha de um partido por parte de um político, seria compactuar dos mesmos valores dessa organização, atualmente a ideologia dos partidos resume-se a apenas duas, concomitantes ou não: ser situação ou lucrar como oposição.

É com essa “ideologia” que PT e PSDB travam suas batalhas, reforçados por candidatos que se bandeiam de um lado para o outro, comprovando que a maioria dos políticos também não está nem um pouco preocupada com a cartilha dos partidos. Aliás, possuir uma cartilha não significa de modo algum, na realidade brasileira, que ela precise ser cumprida.

Os partidos restantes são sanguessugas apoiando PT ou PSDB pela ordem de importância: primeiro o poder, depois o lucro. Ou o lucro, depois o poder? Bom, aí depende do ego e dos interesses de cada indivíduo. Na prática, muitos políticos mudam de lado sem o mínimo de pudor, desde que sejam bem recompensados para tal.

Talvez por essa realidade que o voto democrático no Brasil seja obrigatório. Mesmo sem opções dignas – considerando que, mesmo os políticos honestos acabam, senão participando, ao menos se omitindo diante de atos corruptos – temos de escolher uma que, caso eleja um candidato, este receberá mais ou menos investimentos federais, de acordo com qual partido está na presidência ou nos governos estaduais.

O problema de se obrigar um cidadão a votar é que as pessoas agem de modo diferente frente à uma obrigação, pois faze-se isso de última hora e sem muita dedicação. Esse é o risco que a sociedade brasileira tem corrido desde a ditadura; votos irresponsáveis que culminam em candidatos eleitos sem pôr em prática propostas voltadas para o bem da população e sem comprometimento com o próprio eleitor.

Enquanto os brasileiros não aprenderem política e sua verdadeira função nos ensinos Fundamental e Médio, o voto continuará sendo obrigatório como forma de cabresto, que, aliás, acontece justamente pela Educação eficiente em não formar cidadãos críticos e preocupados com o rumo que a sociedade tem tomado.

São urgentes as mudanças no pensamento dos cidadãos que “não gostam de política”, pois, de fato, não é fácil apreciar aquilo que não se conhece, especialmente algo tão baseado em históricos como a política. Todavia é justamente com a política que podemos reafirmar a dignidade dos brasileiros e, ironicamente, evitar os constantes escândalos de corrupção e desvios do dinheiro público. 

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