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Caso "João de Deus" revela um lado obscuro da cultura brasileira

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Foto: TV Brasil As denúncias de abuso sexual contra o médium espírita, popularmente conhecido como “João de Deus”, embora chocantes, demonstram resquícios de uma cultura patriarcal e machista em que, durante séculos, homens poderosos dominaram e submeteram mulheres a situações humilhantes para satisfazer seus próprios interesses. João Teixeira de Faria ainda teve a seu favor o disfarce religioso, outra suscetibilidade brasileira. Um plano perfeito para que pudesse satisfazer sua perversidade sexual em um contexto no qual homens sempre tiveram aval para exercer domínio violento sobre as mulheres. Os casos demoraram a vir à tona porque as vítimas acreditavam que cada ocorrência era um fato isolado, tornando o cenário de punição algo bastante utópico. E João estava ciente disso, afinal, mesmo com uma ou outra denúncia feita, o médium era aclamado pelos moradores de Abadiânia (GO) por ter transformado a cidade em um ponto turístico extremamente rentável. Cientes de que no Brasi

O aprendizado da derrota

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Não é fácil lidar com a derrota. Na verdade, considero essa umas das coisas mais difíceis da vida. Quando você se empenha por um período, seja anos ou dias, para atingir um objetivo, mas no fim o destino parece não colaborar, e a sensação de fracasso se torna inevitável. Ainda que a sessão de autoajuda nos influencie a acreditar que o fracasso só cabe àquele que nunca sequer fez a tentativa, na prática, a teoria não se aplica tão bem. Acompanhar a trajetória da Seleção Brasileira nessa Copa do Mundo foi relevante para mim, nesse momento da vida. Destacou o fato de que estamos sujeitos ao erro, ainda que haja a inicial certeza de que o passo dado foi certeiro. Às vezes, o esforço pessoal, os dias e noites de trabalho, as tentativas constantes de chegar ao resultado esperado não são suficientes para nos garantir uma vitória, seja na vida ou numa competição. Em outros momentos, esse período intenso de empenho nos apresenta outras consequências possíveis. Talvez tenhamos dispe

Back to my home country

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It is not always easy to come back home after living abroad. Even though you are excited to meet your relatives and friends, this is a moment of turbulence since you are leaving behind the most incredible experience you have had. Often, we create a life in the new place, meeting friends who become our family, getting a new job, finding new hobbies. Sometimes we even change a bit our personality, because we depending on being nicer and stronger to survive. Although you might enjoy the weather in the new place, you probably are not used to, and this also changes how you react to any situation. In the end, you have become a different person, with new habits and opinions, but, suddenly you are back to the past. You are home again where a new version of yourself has to interact with old memories and attitudes. Nobody can run away from this shock, after all. You are feeling confused with all the old behaviors as a response to the old actions. So, what to do if you have got diffe

Favor não negar ajuda ao próximo

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Google Dia desses, eu estava em uma estação de metrô em Nova York, quando um idoso, negro e corcunda passou abordando as pessoas, pedindo dinheiro. Não sei se ele possuía algum problema de voz ou se o cansaço da vida o tinha convencido a calar-se, pois ao invés de falar, ele apenas gesticulava e mexia os lábios. Ainda assim, ao julgar pelas roupas, pelo suor e pelo jeito recatado de andar, todos ao redor automaticamente entendiam quando ele erguia a mão mostrando moedas como quem pede por elas.  Naquele momento, após ter andado o dia inteiro pela cidade, eu estava segurando uma sacola, celular, mochila e muito cansaço e não tinha certeza se possuía moedas na carteira. E aparentemente verificar me daria muito trabalho, caso, no fim, não as encontrasse, portanto agi como todos que ali estavam e, quando ele se aproximou de mim, eu apenas fiz uma cara de piedade e neguei com a cabeça, sem sequer ter me esforçado para ajudar. Porém ele continuou me encarando e falou algo, inaud

Viajar é a minha maneira de renovar a vida

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Da mesma forma que escrevo para cultivar a criatividade, viajo para aperfeiçoar quem sou. Estar em lugares diferentes me permite renovar não só os ares, mas a percepção de mundo, as ideias, os perrengues e as piadas. Diante da minha tendência a contar sempre as mesmas histórias, vivenciar novas experiências e fazer novos amigos é fundamental para manter as amizades antigas, afinal, eles merecem ouvir sobre novos assuntos. Sempre viajei. Durante meus primeiros vinte e poucos anos, eram os livros que me levavam para outras realidades. Até que um dia, entendi que já estava preparada para encarar as delícias e os contratempos de um viajante da vida real. Embora não estivesse tão ciente do quanto esse desejo se tornaria parte dos meus hábitos e o quanto estes seriam mudados por essas aventuras. De fato, acontece uma magia enquanto viajamos. Estar livre da rotina e descansar do trabalho diário não são os únicos fatores que compõem essa sensação de estar realmente vivendo. Viajar é

Quando sua melhor amiga começa a namorar...

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Não é fácil aceitar o misto de sentimentos que vêm à tona quando sua melhor amiga começa a namorar. A felicidade por achar que ela finalmente encontrou um cara a altura é imensamente proporcional à constatação de que esse mesmo cara passará a ser o verdadeiro melhor amigo dela. Ainda que nos preparemos para esse momento, na prática, a teoria é mais didática. Quando vocês compartilharam 17 dos seus 20 e poucos anos, incluindo todas as enroscadas e aprendizados, é complicado aceitar que essa exclusividade vai acabar. Bem ou mal, você não será mais a primeira pessoa para quem ela irá comentar suas paranoias. Aliás, bem, pois é necessário torcer para que assim seja, pois significará que eles têm uma relação valiosa. Ironias de uma amizade. Ele é um cara bacana e tals, daqueles que será capaz de superar as expectativas. Mas isso não evitou minha crise de pânico na madrugada, antes de atender a um convite dela, para um almoço em família com ele. Aqueles momentos dos quais quere

Yes, Brazil is a racist country

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Yes, Brazil is a racist country. I know, it does not make sense if you have any previous knowledge about how many multiple races there are in this country. It should be one of the most tolerant places in the world, instead, natives frequently face more racists attitudes here than where people are known for being prejudiced. It is complicated to explain why this reality is how it is. Mainly because racism occurs most against black people. Of course, there are jokes about the population from any nationality, who keeps their descending physical characters. It is bad behavior but there is no offensive intonation, except when it is about blacks. Though 52.9% of the citizens are black, we have an unachievable beauty standard; the European one. Brazilians frequently super value white people with straight and blond hair, and a small nose. Far be it from me to quiz this pattern, after all, the Europeans are really beautiful. What I mean is that it is obviously insane to add this stan