Prender para esconder
Por Gabriela Peres* Favela, Maracanã, tráfico de drogas, Cristo Redentor, aeroporto Santos Dumont, ônibus lotado, carro importado. Realidades diferentes, sem novidade que agrade e consciência de que tem alguém que pague. Vivemos num fluxo de cegueira de gente que tenta ver, mas não vê nada. Periferias, vielas, cortiços. Você deve estar pensando: "O que você tem haver com isso?". Um pouco, nada, quase nada ou quase tudo. Viver pobre, preso, no crime ou morto virou a cultura dessas pessoas. Quem liga? Se tivéssemos a capacidade de perceber quem morre, veríamos quem mata. É a sociedade que mata, que “desurbaniza” essas pessoas. Mostramos aos nossos filhos que existem crianças nascidas em famílias de pessoas viciadas e com problemas reais? Será que mostramos a realidade na qual a grande maioria da população brasileira vive? Sem brincadeiras, sem conto de fadas. Onde o único príncipe encantado pelo qual podem esperar é o patrão que conhecem ainda na adolescênci