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Direção Violenta

         A violência e as mortes ocorridas no trânsito brasileiro já se tornaram um problema em nível de calamidade pública, a partir do momento que deixaram de ser uma preocupação apenas de grandes metrópoles e passaram a ser de todas as cidades do país. Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o índice de mortes no trânsito no Brasil, em 2008, foi de 32.465 pessoas Todavia, de acordo com os dados do Ministério da Saúde, esse número foi ainda maior, por volta de 37.585 mortos. A realidade é mais assustadora se levarmos em conta que morre quatro pessoas por hora ou cem mortos por dia no trânsito brasileiro. Os motivos para tantos acidentes são exatamente aqueles exemplos que aprendemos, ainda na autoescola, a não seguir, ou seja, a mistura de bebida alcoólica e direção – por esse motivo foi aprovada em junho de 2008, a “Lei Seca” que fez com que diminuíssem as incidências de mortes - o cansaço, o desrespeito a sinalização, a imprudência dos motoristas, o excesso

A Polícia injusta

      Já faz algum tempo que eu estava querendo comentar aqui no blog sobre o livro “Rota 66, a polícia que mata”, publicado em 1992 e escrito pelo jornalista Caco Barcellos. O livro retrata um assunto de importância pública para os paulistas: As atuações da Polícia Militar (PM) na cidade e no Estado de São Paulo.       Caco Barcellos investigou as ações arbitrárias da PM, durante e pós Ditadura, dos 70 aos 90. Em 1975, Caco criou um Banco de Dados no qual continha dados de todos os supostos bandidos mortos pela PM, pessoas que nem sempre eram realmente bandidos e que quando podiam ser considerados criminosos quase nunca eram levados à delegacia, eram simplesmente mortos pelos PMs. Assassinados brutalmente na frente de familiares e conhecidos.      Com o Banco de Dados, Caco Barcellos descobriu que as pessoas que os PMs mais matavam eram de baixa renda, com pouco ou nenhum estudo, pardos ou negros e, em sua maioria, jovens.      Nesse Banco de Dados, ao final do livro, no an

Ana e Mia: doenças do século XXI

      Anorexia e Bulimia são doenças psicológicas de distúrbio alimentar. Transtornos que viraram moda por causa da moda. Não digo isso na intenção de menosprezar o problema, mas sim de mostrar a sua origem. As exigências para a profissão de modelo, até um tempo atrás eram absurdamente insanas. Mulheres magérrimas competiam entre si para ver quem demonstrava mais os ossos.          Que mulheres magras são mais fáceis de serem vestidas é aceitável, já que os estilistas nem sempre fazem roupas, mas projetos, algo como jogar um pano sobre uma modelo e mandá-la desfilar. Mas daí essas modelos quererem ser o mais magra possível para um ser humano já é algo grave. Gostarem de ser assim, é pior ainda. Terem agentes que concordem com isso é bastante perigoso. Unindo tudo isso, é possível entender o porquê desses distúrbios alimentares. Afinal, nem todo mundo é geneticamente magro, então foi preciso descobrir uma forma para que todos pudessem fazer parte do padrão. Nascem aí essas doenças.

O jornalista, o editor e a falta do diploma

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    O repórter chega para o editor e dono do jornal onde trabalha – um jornalista que nunca frequentou a faculdade e que resolveu abrir o próprio jornal  – para lhe dar informações sobre um acontecimento que será notícia em breve.       - Seu Geraldo aconteceu um acidente. Um homem estava dormindo na linha do trem da cidade e o trem passou por cima da cabeça dele, levando-a pelos trilhos. Aqui estão algumas fotos que tirei do ocorrido.       - Ué, mas cadê o homem nessas fotos?       - Então, não tirei fotos do homem porque ele foi decapitado, né? As pessoas poderiam se chocar se publicássemos isso.      - Como assim? Não "senhô". Bota esse homem nessas fotos. Que diferença faz com ou sem cabeça? Ninguém vai “se aperceber”.      - Não, seu Geraldo, não posso fazer isso, é antiético.      - Que isso sô, na vida as pessoas perdem a cabeça, isso acontece todo dia.      - Não, mas eu não posso. È que o senhor não fez faculdade então não aprendeu sobre isso.

Show de bola fora do campo!

       Dunga e a comissão técnica deram um show ontem na comitiva de imprensa dada logo após a convocação da seleção para a copa. Não só sobre futebol, mas sobre humanismo, patriotismo e até mesmo sobre imprensa. Dunga ensinou e surpreendeu até aos mais experientes jornalistas a respeito de um trabalho que estes deveriam ter aprendido em suas faculdades.         A função da imprensa é ser crítica sim, o que não significa apenas criticar, e sim saber analisar os acontecimentos e questioná-los, porém fazer isso de forma respeitosa e tendo conhecimentos amplos sobre o assunto. O que não se viu na coletiva hoje, por parte da imprensa, pois esta fez perguntas repetitivas e com tons de ironia e até desrespeito, esquecendo-se de seu encargo, de obter informações claras e objetivas e transmiti-las aos telespectadores, sem impor suas próprias opiniões.        Acostumada a lidar com técnicos que falam pouco ou que não sabem o que dizem, a imprensa esbarrou em sua própria falta de experiência e d

"Oi, tudo bem?"

        Engraçado como o "tudo bem?" tornou-se um cumprimento como "oi" e "xau" aqui no  Estado  de São Paulo. Hoje estava no supermercado e ouvi meu pai cumprimentar um "conhecido"; meu pai disse oi e o "conhecido" disse "tudo bem?" de forma tão automática que achei ter ouvido um robô. Sério, foi estranho. E realmente esse costume pega, pois eu mesma que achava meio idiota perguntar pra alguém que pouco conheço se ele está bem - como se eu fosse extremamente importante ao ponto de uma pessoa com a qual não tenho intimidade nenhuma viesse se desabafar comigo - hoje tenho a mesma mania.         Mas mais incrível do que dizer "oi, tudo bem?" é dizer isso de forma tão automática que mais parece uma frase de palhaçao-tentando-se-enturmar-com-criança do que um cumprimento. Algo do tipo: "Oi, tudo bem? Quantos anos você tem? Mesmo que a pessoa ou criança quisesse dizer que está ou não bem, não teria tempo. E mai

A violência familiar causada pelo álcool

         Eu tenho apenas 15 anos e podem me chamar de L. C., não porque estou com vergonha de me identificar, mas em nome da felicidade que ainda resta à minha família, prefiro manter sigilo. A pessoa alcoólatra era meu pai, e pela mesma razão vou chamá-lo pelas iniciais O. C.          Não pense você que meu pai sempre fora um alcoólatra. Não. Já fomos muito felizes sem o alcoolismo. Meu pai só bebia “ocasionalmente”, se é que isso pode ser chamado assim. Certo dia fomos convidados para uma festa na casa de um amigo de meus pais, eu tinha apenas 10 anos, quando naquela noite que prometia ser ótima, meu pai resolveu tomar uns goles a mais de uísque. Ele dizia que era só de brincadeira.          Numa noite, dois meses depois daqueles primeiros goles a mais, ouvi meu pai brigar com minha mãe, e ela dizia que meu pai não podia sair todas as noites para beber, mas meu pai, já nervoso (conseqüência do álcool), gritava a todo momento com minha mãe. Logo depois pegou o carro e saiu.