A violência familiar causada pelo álcool
Eu
tenho apenas 15 anos e podem me chamar de L. C., não porque estou com vergonha
de me identificar, mas em nome da felicidade que ainda resta à minha família,
prefiro manter sigilo. A pessoa alcoólatra era meu pai, e pela mesma razão vou
chamá-lo pelas iniciais O. C.
Não pense você que meu pai sempre fora um alcoólatra. Não.
Já fomos muito felizes sem o alcoolismo. Meu pai só bebia “ocasionalmente”, se
é que isso pode ser chamado assim. Certo dia fomos convidados para uma festa na
casa de um amigo de meus pais, eu tinha apenas 10 anos, quando naquela noite
que prometia ser ótima, meu pai resolveu tomar uns goles a mais de uísque. Ele
dizia que era só de brincadeira.
Numa noite, dois meses depois daqueles primeiros goles a
mais, ouvi meu pai brigar com minha mãe, e ela dizia que meu pai não podia sair
todas as noites para beber, mas meu pai, já nervoso (conseqüência do álcool),
gritava a todo momento com minha mãe. Logo depois pegou o carro e saiu.
Foi nessa noite que minha mãe preocupada, resolveu me contar
que meu pai há alguns meses estava bebendo todas as noites, e que já era
dependente do álcool. Naquela noite ficamos chorando e esperávamos que meu pai
chegaria em breve, porém se passou dias e dias e nada dele chegar.
Durante os três meses que ele esteve desaparecido, eu e
minha mãe já havíamos feito de tudo para que conseguissem encontrá-lo, mas de
nada adiantou.
No dia 16 de agosto do mesmo ano, meu pai apareceu, sujo,
mal vestido, bêbado e nervoso. Minha mãe vendo-o daquela maneira correu em sua
direção e quando ia lhe perguntar o que havia acontecido, ele, bravo, a
empurrou tão abruptamente que ela passou por cima do sofá e caiu no chão. Eu,
vendo tudo aquilo, fui até o quarto tentar acalmar meu pai, mas ele
simplesmente bateu a porta do quarto em minha cara.
Eu logo me lembrei da minha mãe e fui acudi-la, quando vi
sangue em sua roupa e gritei chamando por meu pai que a viu caída no chão,
gritou e pediu perdão a ela e a Deus, depois pegou o carro e saiu desesperado.
No momento em que voltei a sala, soube que tinha acabado de
perder meu irmãozinho e talvez meu pai. Duas horas depois minha mãe já tinha
sido socorrida pelos vizinhos e já estava no hospital, lá recebemos a noticia
que meu pai havia sofrido um acidente de carro e estava... Morto.
Hoje, depois de quatro anos, eu e minha mãe criamos coragem
e resolvemos dar esse depoimento, não para falar que meu pai matou meu irmão ou
que destruiu nossa família, pois sabemos que no fundo ele não queria ter feito
aquilo.
Esperamos que os alcoólatras que lerem essa história tomem
consciência e procurem ajuda. E é com muita tristeza que agradecemos e nos
despedimos de você, caro leitor, e que isso nunca aconteça com você ou alguém
de sua família. Afinal, uma das faces do álcool é a violência.
Uma estória que escrevi quando estava na 6º série, se não me engano. Era muito maior do que isso, mas como usei-a para participar de um concurso (que não ganhei rsrs), tive de sintetizá-la, digamos assim, e nunca mais achei o texto original, que era bem mais emocionante. Em todo caso, tá aí, não é uma estória verídica, mas fica o apelo, cuidado com o excesso de bebidas alcoólicas, mesmo que seja só nas festas da faculdade, é assim que começa!!
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