Show de bola fora do campo!

       Dunga e a comissão técnica deram um show ontem na comitiva de imprensa dada logo após a convocação da seleção para a copa. Não só sobre futebol, mas sobre humanismo, patriotismo e até mesmo sobre imprensa. Dunga ensinou e surpreendeu até aos mais experientes jornalistas a respeito de um trabalho que estes deveriam ter aprendido em suas faculdades.
        A função da imprensa é ser crítica sim, o que não significa apenas criticar, e sim saber analisar os acontecimentos e questioná-los, porém fazer isso de forma respeitosa e tendo conhecimentos amplos sobre o assunto. O que não se viu na coletiva hoje, por parte da imprensa, pois esta fez perguntas repetitivas e com tons de ironia e até desrespeito, esquecendo-se de seu encargo, de obter informações claras e objetivas e transmiti-las aos telespectadores, sem impor suas próprias opiniões.
       Acostumada a lidar com técnicos que falam pouco ou que não sabem o que dizem, a imprensa esbarrou em sua própria falta de experiência e de amadurecimento, e Dunga, ao contrário, com seu autoconhecimento e sabedoria ampla soube driblar os questionamentos desnecessários e a arrogância da imprensa.
       O motivo desse papelão jornalístico não se sabe, mas é preferível acreditar que seja por falta de perguntas relevantes e não por despreparo de uma imprensa que exerce quase total influência sobre a população brasileira e que, por isso subentende-se que seja capaz de lidar com surpresas de forma ética.
       Parabéns ao Dunga pela aula que deu à jornalistas e torcedores, demonstrando que está no cargo porque tem capacidade e consciência da responsabilidade que tem sobre suas costas. Afinal, mesmo se os 30 jogadores convocados não fizerem seu trabalho direito, é ele, o Dunga, quem vai ter de agüentar as ofensas de 180 milhões de brasileiros.
       Meus pêsames à imprensa que mesmo depois da aula de Dunga, continuou seus esforços para criticar todo o trabalho de quase quatro anos da comissão técnica. Além de terem sido antiéticos e agressivos, é claro.

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