O jornalista, o editor e a falta do diploma

   
O repórter chega para o editor e dono do jornal onde trabalha – um jornalista que nunca frequentou a faculdade e que resolveu abrir o próprio jornal  – para lhe dar informações sobre um acontecimento que será notícia em breve.
      - Seu Geraldo aconteceu um acidente. Um homem estava dormindo na linha do trem da cidade e o trem passou por cima da cabeça dele, levando-a pelos trilhos. Aqui estão algumas fotos que tirei do ocorrido.
      - Ué, mas cadê o homem nessas fotos?
      - Então, não tirei fotos do homem porque ele foi decapitado, né? As pessoas poderiam se chocar se publicássemos isso.
     - Como assim? Não "senhô". Bota esse homem nessas fotos. Que diferença faz com ou sem cabeça? Ninguém vai “se aperceber”.
     - Não, seu Geraldo, não posso fazer isso, é antiético.
     - Que isso sô, na vida as pessoas perdem a cabeça, isso acontece todo dia.
     - Não, mas eu não posso. È que o senhor não fez faculdade então não aprendeu sobre isso.
     - Ah sô, não fiz faculdade, mas aprendi na escola da vida, uai. O “pessoar” gosta é de desgraça. Tira essas fotos antes que coloquem a cabeça do homem no lugar e não se fala mais nisso.
     - Mas seu Geraldo, eu...
     - Ocê já tem outro emprego em vista, mocinho?
     - Não senhor. Tudo bem. Volto assim que terminar.

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