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Menos lide e mais amor, por favor!

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Hoje eu queria menos português, menos concordância. Queria prestar menos atenção a grafia das palavras e procurar menos por sinônimos. Em um dia como hoje, eu abro mão de formar parágrafos para formar mais sorrisos. Eu queria mais pronomes possessivos no lugar de tantos dados. Hoje, a única informação que eu gostaria de escrever é que o dia está mais colorido porque, afinal, você finalmente está aqui. Quero acertar menos na escolha das palavras e combinar melhor você e eu. Deixo para lá esse encaixe de contextos que me é tão importante para me encaixar nos teus braços. Juro, abro mão de definir todos os parágrafos em quatro ou cinco linhas - até formar uma notícia completa e sucinta - para escrever um texto sem pé nem cabeça explicando o que seus olhos significam pra mim. Vai, acredita, que hoje eu mudo a fonte habitual e uso qualquer outra em negrito. Prometo não escolher títulos nem apontar caminhos, deixo você me guiar. Queria procurar e checar menos dados hoje, e investigar ma...

A importância da guarda compartilhada

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Guarda compartilhada significa divisão igualitária de responsabilidades. Quando a separação se torna opção inevitável para um casal, a decisão de dividir o tempo da criança entre o amor, o cuidado, a preocupação e a presença de ambos é importante para manter o equilíbrio da criação. Se os pais fizeram escolhas errôneas, não é justo privar a criança da presença mais frequente desse ou daquele. A guarda compartilhada, inclusive, deveria ser a regra e não exceções. Os ensinamentos e a convivência dos pais precisam ser constantes na vida do filho, na mesma medida. Ainda que as vidas mudem. Porém na prática, no Brasil os pais são os mais prejudicados pelo distanciamento dos filhos, pois as mães são predominantemente responsáveis pela guarda. É o que aponta a pesquisa Estatísticas do Registro Civil 2011 , do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Naquele ano, em 87,6% dos divórcios, a responsabilidade maior pela criação das crianças foi conferida a parte matern...

Bipolaridade jornalística

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Chuvas inundam cidade. Seca provoca estiagem. Calor intenso exige mais consumo de água. Cuidado ao consumir massas no frio. Moradores reclamam de falta de água. Tsunami destrói cidade. Usuários terão que pagar mais por energia. Falta luz em bairros alagados por chuva. Acidente provoca congestionamento. Congestionamento provoca acidente. Bolsa Família estimula o assistencialismo. Aumenta número de famílias que precisam do Bolsa Família. Exercício regular reduz chances de ataques cardíacos. Atividades físicas esporádicas provocam doenças do coração. Candidato A avança na pesquisa de intenção de votos. Nova pesquisa aponta candidato B como eleito. Famoso se casa nesse sábado. Famosa anuncia separação. Brasileiros fazem manifestação em prol da democracia. População reivindica volta do regime militar. Balas de borrachas ferem quinze em protesto no centro. PM não pode mais usar bala de borracha em manifestações. Estudantes devem chegar cedo para prestar Enem. Alunos atrasam e não con...

A arte de manter-se vivo

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Manter-se vivo nos dias atuais não é das tarefas mais fáceis. Tanto trabalho, tantos compromissos, tantas expectativas para acolher. E, às vezes, nos perdemos de quem de fato somos e das necessidades do nosso corpo. A necessidade de dormir um pouco mais por dia, de se espreguiçar, de ouvir um pouco de música, ler um livro ou parar por alguns minutos só para pensar na vida. Há quem diga que tudo isso é perda de tempo. Ou privilégio para poucos. Mas não é bobagem descobrir quem realmente comanda sua vida e se dar conta de que ou você cria seus limites e impõe suas perspectivas ou passará a vida obedecendo às regras de um jogo nada divertido e que existe mesmo com a sua ausência. Preservar a própria saúde, mental e física, deveria ser o guia para todas as demais ações ao longo da vida. Trabalhos vêm e vão. Ainda bem. Afinal, qual a vantagem de se gastar a vida toda fazendo a mesma coisa todo dia, quando o mundo nos contempla com infinitas possibilidades? Estudar e tr...

Em tempos de eleição

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Antonio fazia uma caminhada pela calçada de seu bairro, quando avistou vários cavaletes de propaganda política na esquina seguinte. Decidiu dar uma parada na lanchonete. Já sentado, começou a observar os políticos. Homens brancos, de terno, sorridentes. Alguns dos rostos já lhe eram familiar devido à insistência em aparecer em todas as esquinas, em santinhos e na televisão. Antonio se perguntou se algum deles sentia vergonha de ser político. Afinal, andar com a cara estampada por aí, representando uma classe tão famosa pela desonestidade e incompetência não parece nada agradável. “A não ser que o dinheiro compense”. Para Antonio, político é uma ofensa. “Tanto faz chamar de ladrão ou de político”. Sentiu vergonha alheia por aqueles homens de dentes brancos, que nem na aparência faziam questão de representar o povo. “Imagina na prática”. Formado em medicina, Antonio nunca teve muito tempo para prestar atenção em política. Sabia pouco sobre o sistema democrático b...

A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio

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O jornalismo brasileiro possui ressalvas em divulgar casos de suicídio. A maioria dos jornais, incluindo todas as plataformas, prefere omitir quaisquer informações a respeito de pessoas que tentam ou conseguem tirar a própria vida, a não ser que seja alguma personalidade. O objetivo dessa atitude coletiva é respeitar o indivíduo e os familiares e, principalmente, evitar o incentivo à disseminação do suicídio. Um relatório inédito da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado no último dia 4 de setembro, revelou que a cada 40 segundos, uma pessoa no mundo comete suicídio. É um dado assustador, mas importante para trazer à tona um problema pouco comentado no cotidiano dos noticiários. De fato, a veiculação de suicídios poderia incentivar a prática, mas e a omissão? O Brasil é o 8º país entre as nações com maior número de suicídio. No ano de 2012, o país registrou 11.821 mortes por suicídio, sendo 9.918 de homens e 2.623 de mulheres, uma taxa de 6% para cada 100 mil habi...

Um repórter da África

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Gilungua Miguel João tem 29 anos e, a pesar do nome complicado, é gente boa. Mora em Lubango, capital da província da Huíla, em Angola, na África.  É recém-formado em Comunicação Social no Instituto Politécnica Tundavala (ISPT), na província de Huíla. Já teve experiências profissionais em Portugal, mas há dois anos exerce a função de repórter na TV Zimbo e na Rádio Comercial do Lubango (Rádio 2000) há nove anos. Miguel já já conheceu os países Gabão, Cabo-verde, Namíbia, Portugal e Espanha. AG - Como é o estilo de vida em Luanda? Gilungua Miguel - A vida em Luanda é difícil.  Não poderia ser diferente, pois se trata da capital do país e, portanto, o centro das atenções.  É uma cidade pequena, embora seja considerada o centro de negócios da África. Abriga muitos povos, tanto nacionais quanto estrangeiros. É o ponto do país em que mais se registram atos de delinquência, insegurança. Obviamente ainda há algumas zonas da cidade que apresentam tranquilidade,...