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Paris, a cidade mais visitada do mundo

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Quase todo ser humano na face da terra tem o desejo de ir à Paris. Se você não se enquadra nessa estatística, tens meu respeito simplesmente por ser diferente. Ainda assim, descreverei minha percepção sobre a cidade, a fim de lhe proporcionar razões para mudar de ideia ou permanecer com a mesma, a depender do seu grau de teimosia. Confesso que nunca fui das mais aficionadas em conhecer Paris. Provavelmente por ser um destino clichê e eu preferir tirar minhas próprias conclusões a respeito do que a maioria julga belo. Porém, estando na Europa, eu me vi tentada a desvendar os motivos de toda essa paixão pela cidade. Em duas visitas, posso lhe afirmar que Paris é uma cidade feiamente encantadora. Os pontos turísticos possuem uma beleza apresentada nos detalhes irreverentes das construções. Por isso, é impossível não se sentir emocionado pela imensidão e arquitetura do Museu do Louvre e pela diversidade de suas obras, que vai muito além da La Joconde . A Torre Eiffel , infelizmen...

De repente...

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De repente me dei conta de que sinto sua falta. Em meio a tantos caras bacanas, me pego fazendo comparações sobre quais seriam suas respostas para as perguntas bobas que insisto em fazer para qualquer moço em quem vejo potencial. Acumulo frustrações porque as falas nunca saem como planejado. Eles não dizem o quanto se importam com o mendigo na rua, com os usuários de drogas, com aquelas flores ali no jardim. Tantos papos, tantos lugares divertidos, tantos caras. Pena nenhum deles possuir a sua leveza, esse seu jeito “moleque-irresponsável-que-sabe-bem-o-que-está-fazendo” de ser. Aquele seu olhar de quem já viu de tudo na vida e, por isso, perdeu a pressa de competir. Os outros sabem tudo sobre marcas, times, economia, política, mas você soube tanto de mim sem nem se dar conta. Por alguma razão, os meus ideais se encaixaram perfeitamente na sua certeza de que nada é realmente certo nessa vida. Nada mais inspirador do que esbarrar em alguém que não faz ideia de para onde está indo, m...

Seis meses e algumas cicatrizes depois

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Seis meses após desembarcar na Holanda, já faço uma ideia de como será difícil me despedir desse país, ainda que isso signifique voltar para casa. Com apenas mais meio ano pela frente residindo na terra dos moinhos, os planos ainda não concretizados parecem demais frente ao curto período de tempo que está por vir. Em seis meses, ainda não conheci todas as cidades que gostaria, não visitei todos os países que pretendia, não experimentei todas as comidas típicas que deveria, mas já não me considero mais aquela mesma pessoa que vi na última olhada no espelho antes de pegar o avião. Além das mudanças externas, alguns quilos a mais, mãos com cicatrizes de queimaduras devido a água quente das torneiras, unhas em estado deplorável, pele ressecada, há uma quantidade enorme de ideais que também já não são mais os mesmos. Descobri que ao longo dos meus 25 anos, eu nunca soube exatamente quem eu era. Sei que é um clichê, mas quando dizem que passar uma temporada absorvendo outra ...

Modelo de amizade que desejo aos meus sobrinhos

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E de repente você se pega stalkeando o Facebook de amigos dos seus sobrinhos. Eu sei, é vergonhoso, mas sabe aquela necessidade de saber que tipo de amizade seus pequenos estão cultivando por aí? Então, é essa preocupação que me obriga a dar uma espiada nos relacionamentos que estão sendo construídos na fase da pré-adolescência deles. Certamente estou sendo influenciada pela minha própria experiência, de quem já teve amizades não muito construtivas nesse período da vida. Mas, principalmente, de quem, justamente com a mesma idade das sobrinhas, fez amigas para a vida toda. Amigas que, na verdade, chamo de irmãs. Dessas que acompanham todos os nossos passos desde a infância à (assim espero) velhice. O que me lembra de que já são quase 16 anos de bons e maus momentos compartilhados. O primeiro beijo, o primeiro amor, a primeira nota muito ruim, o primeiro 10, o primeiro coração partido, o segundo, o terceiro... O primeiro celular, o primeiro emprego, o primeiro animal de estimaçã...

A visão dos europeus sobre o Brasil

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O modo como os brasileiros são vistos por alguns europeus foi algo que me chamou a atenção nessa minha temporada vivendo nesse continente. De modo geral, a primeira coisa que um estrangeiro faz quando descobre que alguém é brasileiro, é abrir um sorriso. É uma atitude automática, que passa a impressão de que uma áurea positiva acompanha a resposta para a pergunta " where are you from? ". A partir do momento em que descobrem a origem brasileira, os europeus se tornam ainda mais simpáticos e dispostos a um bom bate-papo. E, na maioria dos casos, essa atitude não é maliciosa, é simplesmente por terem um conceito de que nós somos receptivos e agradáveis. E, evidentemente, esse fato me surpreendeu, especialmente porque eu acreditava que sofreria preconceitos e olhares de pena por ter vindo de um país considerado de terceiro mundo. Ledo engano. Na verdade, o contrário está bem mais próximo da realidade. Conheci alguns holandeses e suíços que me contaram de suas viagens ao Bra...

A apoteose de morar em outro país

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A experiência de morar em outro país é quase sempre alucinante, especialmente quando a outra nação é completamente diferente da sua. As diferenças evidentes de clima, cultura e idioma realmente mexem com a cabeça. Todas as referências anteriores não estão mais ao alcance das mãos, e essa nova situação exerce grande influência sobre nós. Sobretudo estimulando a humildade, afinal, você provavelmente está começando uma vida do zero e, por um instante, volta a ser uma criança indefesa, apesar de todas as experiências que já viveu. Desde simples tarefas, como ir ao supermercado ou ter de separar o lixo antes de se desfazer dele, até abrir uma conta no banco usando outro idioma, tudo é novidade e precisa ser aprendido. E aprender errando volta a ser algo recorrente mesmo que a adolescência já tenha passado. Essa sensação é quase sempre desconfortável para quem já é adulto e pensa já saber tudo na vida. E, é exatamente por isso, que a experiência de se entregar a algo novo é tão valiosa...

As dores e as alegrias de uma partida

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Poucas são as pessoas que reagem bem às mudanças drásticas da vida. Lidar com partidas, por exemplo, costuma ser doloroso, sejam elas temporárias ou permanentes, por esse ou por aquele motivo. Dizem que a falta é maior para quem fica, pois quem vai estará ocupado em absorver as novidades. Quem aguarda o retorno, se prende na espera e essa atrasa o tempo. Mas aquele que vai, leva consigo as agruras de ter escolhido ir. O peso de ter optado pela distância frente à presença das pessoas que realmente importam. Mas ninguém sabe ao certo até onde vai essa culpa. Acaba logo ou permanece? O tempo perdido poderá ser, de alguma forma, recuperado? Compensa estar perto e a qualidade do tempo gasto ser pouca? Ou a raridade da presença torna tudo mais intenso? O fato é que às vezes é preciso ir mais longe para buscar inspiração. De vez em quando o habitual não fascina tanto e a distância renova o modo como vislumbramos a rotina. Ficar parado é confortável e não causa efeitos desagradáveis no...