As dores e as alegrias de uma partida
Poucas
são as pessoas que reagem bem às mudanças drásticas da vida. Lidar com
partidas, por exemplo, costuma ser doloroso, sejam elas temporárias ou
permanentes, por esse ou por aquele motivo. Dizem que a falta é maior para quem
fica, pois quem vai estará ocupado em absorver as novidades. Quem aguarda o
retorno, se prende na espera e essa atrasa o tempo. Mas aquele que vai,
leva consigo as agruras de ter escolhido ir. O peso de ter optado pela
distância frente à presença das pessoas
que realmente importam.
Mas ninguém sabe ao certo até onde vai essa culpa. Acaba logo ou
permanece? O tempo perdido poderá ser, de alguma forma, recuperado? Compensa
estar perto e a qualidade do tempo gasto ser pouca? Ou a raridade da presença
torna tudo mais intenso? O fato é que às vezes é preciso ir mais longe para
buscar inspiração. De vez em quando o habitual não fascina tanto e a distância
renova o modo como vislumbramos a rotina.
Ficar parado é confortável e não causa efeitos desagradáveis no
estômago. Ah, mas sair do lugar nos transforma. Para o bem e para o mal.
Façamos, então, com que seja para o melhor. Se for verdade que a distância é
criação bem antes de ser realidade, que sejamos capazes de aproveitar a
presença possível. A dica é dar um jeitinho de amenizar a ausência para tornar a volta mais próxima e menos dramática.
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