Tire seu filho do Facebook



Se você é uma pessoa conectada talvez não veja problemas em seu filho (criança ou adolescente) utilizar o Facebook como ferramenta de interação, afinal quem não utiliza redes sociais não vive no mundo de hoje. Isso faz sentido para os adultos, mas não deve induzir os pequenos que nessa idade já são bastante influenciáveis. Você viveu sua infância e juventude sem nem saber o que era internet, então o que o faz pensar que seu filho sofrerá por não participar da vida virtual?
Vejo muitos pais permitirem que suas crianças tenham Facebook - a rede social da moda – e utilizem-no indiscriminadamente sempre que quiserem. Muitos sequer fiscalizam o que seus filhos estão “curtindo”, “comentando” ou “compartilhando” com amigos e, pior, com desconhecidos. Essa é uma permissão extremamente perigosa, pois aquilo que é “vivido” online pode influenciar bastante – de modo negativo – na construção da personalidade de uma criança ou adolescente.
É nesse ambiente que as crianças expõem suas vidas, contam onde estão, com quem, em que momento e ainda postam fotos (até de natureza sensual). Informações íntimas disponíveis para qualquer má intenção. Além do perigo e da exposição excessiva e desnecessária, o Facebook também pode ser um eficaz incentivador do bullying contra aquilo que pré-adolescentes consideram feio ou fora do padrão. E sabemos que crianças podem ser muito cruéis em relação ao que não entendem.
Vi postagens de crianças em que havia duas fotos lado a lado de meninas com menos de 10 anos e a pergunta “Quem você acha mais bonita? Curte!”. Imagine o estrago que o resultado dessa enquete aparentemente inocente pode fazer na autoestima de uma garotinha. Em tempos de tanta exigência pela beleza perfeita a autoestima precisa ser devidamente trabalhada em meninos e meninas, dando-se mais importância à inteligência emocional e à aquisição do saber, do que unicamente à aparência.
O Facebook tem todas as características para ser má influência para os pequenos desavisados, assim como algumas crianças eram para nós antigamente, quando nossos pais nos impediam de conviver com determinada pessoa, por considerá-la inadequada. E quanto ao tempo que essa rede social pode roubar de nossos filhos? Tempo que hoje tem passado muito rápido e sido insuficiente para tantas tarefas e aquisição de todo o conhecimento que a vida adulta nos exige.
De uma coisa estou certa, se houvesse Facebook quando eu tinha quinze anos, eu teria deixado de ler no mínimo, uns 50 livros. Porque a rede social cumpre sua obrigação de ser atrativa e se nós, adultos, conscientes, perdemos até horas diárias com essa ferramenta, imagine uma criança ainda sem noção de tempo. As horas perdidas “curtindo” postagens seriam muito melhor aproveitadas lendo um livro, aprendendo um idioma, fazendo pesquisas, enfim, descobrindo o mundo.
Então que tal tirar seu filho do Facebook e levá-lo para um passeio? Ou chamar uns amiguinhos para brincarem juntos? Deixe-o andar de bicicleta, brincar na terra, soltar pipa, jogar futebol, vôlei, subir numa árvore, praticar um exercício, enfim, aproveitar o tempo da melhor forma possível. Atividades que não deixarão seu filho com dificuldades na visão ou excesso de peso, pelo contrário, você ajudará a formar um cidadão feliz, saudável e ciente das responsabilidades de um adulto, inclusive para com o próximo.


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