Lar é para onde você sempre pode voltar
Voltar para
casa, após doze meses morando do outro lado do mundo, é certamente
reconfortante. Não importa o quão incrível tenha sido a experiência de viver em
outra cultura, de enfrentar novos obstáculos e atingir objetivos. Casas podem
ser muitas, mas lar é onde mora a sensação de pertencimento.
Depois de um
ano distante do que eu entendia como realidade, tudo o que eu mais queria era
abraço de sobrinho, mousse de maracujá feito pelo meu pai, rever os amigos,
barulho de família reunida, comida de mãe, papo-cabeça com meus avós, roupas de
verão, comer jabuticaba do pé, brigadeiro de madrugada, churros da esquina, me
jogar na minha cama.
Senti falta
de ar condicionado ligado, de mergulhar na piscina, dormir na cama dos meus
pais, comer sonho, olhar de irmão, guloseimas das cunhadas, cheirar meus livros,
não ter horário para acordar (e muito menos para dormir), beber água de coco,
implicar com os sobrinhos, dirigir meu carro, usar salto alto, reencontrar
minhas antigas roupas.
Se já fiz
tudo isso após um mês por aqui? O mais importante sim, apesar de ainda haver algumas
pendências nessa lista e eu não esteja com pressa. Afinal, o período vivendo em
outro país me ensinou a dar valor a cada segundo, a cada experiência. Portanto, talvez eu nem consiga dar check
list em todas as afirmações acima antes de embarcar de novo, mas tudo bem, porque o gostinho de quero mais sempre será o combustível para voltar.
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