Bin Laden e o Antiamericanismo



         Antiamericanismo não é o mesmo que genocídio ou terrorismo. Os antiamericanos são as pessoas que discordam desse sistema imposto pelos Estados Unidos da América, que carrega em seu próprio nome uma superioridade irreal, mas convincente. São aqueles que desacreditam nas maravilhas de um país perfeito e invejado, contrariando a grande maioria que crê veementemente nessa narrativa.
Os poucos que se fazem essas perguntas: Será que o homem foi mesmo à Lua? Ou A queda das Torres Gêmeas foi realizada por Osama Bin Laden? Bin Laden realmente morreu? São os que têm um pouco mais de conhecimento crítico e não acreditam simplesmente no que lhes é vendido pela imprensa. Estes costumam ser os revoltados, os céticos, os desconfiados da vida. Talvez sejam, só que, nesse caso, duvidar pode ser muito mais uma qualidade do que um defeito.
Os EUA têm domínio sobre o mundo e não é só economicamente, mas culturalmente. Impuseram um sistema de forma tão magistral, que deu certo. E acostumou os habitantes globais a verem as coisas como norte-americanos. Somos contra o terrorismo, mas sequer sabemos o que ele é de fato e quais as causas que o fundamentam. Temos preconceito em relação a nações e lugares que nunca vimos retratados nos cinemas de Hollywood. Temos sonhos sem nem sabermos por que os temos. Enfim, acreditamos que só o que vem de lá é real e bom.
Todavia, será que aquele é um país tão bom assim? Tão acima de qualquer suspeita relacionada a manipulação e alteração de fatos? Não. Assim como nenhum país o é. Não há nenhum problema em um país tão poderoso vender uma imagem tão íntegra de si mesmo. Pelo contrário, é completamente compreensível. A questão é termos a sensatez necessária para interpretar os fatos, acreditando ou não. Mas, infelizmente, só uma parcela ínfima da população mundial, tem essa astúcia.
Então quando a mídia notícia algo como a morte de Osama Bin Laden - o homem mais procurado do mundo - ela consegue fazer também com que as pessoas comemorem a morte dele. Ninguém tem provas de que Osama seja ou não culpado. Só sabemos o que nos foi dito, sem nenhuma prova ou garantia de veracidade. Mesmo assim, apoiamos os EUA. Chegamos a desejar a morte de um suposto terrorista (sem nem saber de fato o significado do termo) baseados em contos, assim como acreditávamos nos contos de fada da Disney, em nossas infâncias.
A verdade é que as mesmas conversas que nos convenciam na infância continuam a nos convencer e conduzir na idade adulta. E o problema está em quem? Nos Estados Unidos da América, o país que carrega um nome sugestivo de superioridade em relação às outras Américas? Ou em nós que compramos e pagamos caro pelo discurso norte-americano? Ou ainda, naqueles considerados, antiamericanos?

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