A Legalização do Aborto não quer dizer que ele seja legal!

       Sou totalmente contra o aborto. Contra a falta de humanidade de pessoas que se desfazem de bebês. Contra, principalmente, por meus princípios religiosos. Mas também não condeno quem o faz, cada um que dê conta de seus atos. Por esse motivo, sou a favor da legalização do aborto. Contraditório? Não. Esclareço.
       O aborto sendo ilegal no Brasil ocorre cerca de 1 milhão de vezes por ano. Proibi-lo me parece o mesmo que tampar o sol com a peneira ou fugir de um grave problema. Acredito que se houvesse a legalização o número de casos poderia ser bastante reduzido.
       Analise comigo: Se o aborto fosse legal, teria de ser adotado pelo sistema público de saúde, certo? Nesse caso, os médicos não receberiam nada além do salário para fazer o procedimento, consequentemente as mulheres não teriam motivo para ir a um médico clandestino pagar um alto preço por um serviço carniceiro. E não teriam tantos danos á própria saúde.
    Por outro lado, os médicos também não receberiam nenhum incentivo para realizar o aborto, só teriam mais trabalho – e, quanto a isso, sabemos que a maioria dos nossos doutores do SUS não gosta muito, né? Assim, eles tentariam convencer essas mulheres a não consumar o aborto.
       Além disso, o sistema de saúde teria de exigir das pacientes uma autorização assinada por responsáveis, o que por si só já diminuiria os casos, já que a maioria desses abortos é feito por adolescentes e sem consentimento dos pais.
       Além do mais, as escolas e as propagandas do governo poderiam enfatizar os riscos que esse procedimento pode causar. O desejo de uma futura gravidez, por exemplo, pode não vir a se realizar, tanto pelo método quanto por um castigo divino (não que Deus ande por ai castigando as pessoas, Ele pode apenas permitir que ocorra um impedimento).
       Enfim, quando você aceita a existência de um problema é mais fácil resolvê-lo. Talvez, os meus argumentos só sejam bem empregados em um país um pouco mais conscientizado. Onde as pessoas não precisem de regras para fazer o que é certo. Porém, ainda prefiro acreditar no temor divino que os brasileiros parecem altamente possuir.

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