A descoberta da outra

     A mulher chega à sua casa cansada depois de um longo dia de trabalho. Esta pensativa sobre a reunião importantíssima que terá amanha cedo, sobre o que fará no jantar e preocupada com fato de não fazer amor há dois meses. Ela, após abrir a porta de sua casa, acende a luz e nisso escuta o telefone tocar. Corre, ansiosa e o atende. A voz do outro lado diz:

     - Oi amor, tudo bem?

     - Tudo e você? Responde ela, contente, após reconhecer a voz.

     - Liguei porque estou morrendo de saudades e quero te ver. Você esta livre hoje?

     - Claro amor. Aonde vamos? Responde ela, desconfiada.

     - Você escolhe. A sonsa da minha mulher deve ter chegado em casa agora. Já, já vou ligar pra ela e dizer que vou ficar ate mais tarde no trabalho.

     - Mas será que ela vai acreditar? Indaga, irritada.

     - Se bobear ela acredita ate em Papai Noel. Você acredita que nosso filho de 22 anos disse que é virgem é ela confiou nele?

     - Jura? Ela deve ser muito sonsa mesmo. Mas porque você não se separa logo dela?

     - Ah você sabe, eu preciso de alguém pra cuidar das minhas coisas, pra apresentar nos jantares da firma e pra ajudar a pagar as contas. Mas assim que terminarmos de pagar o carro eu me separo.

     - Espero que isso aconteça logo. Responde furiosa.

     Nisso o celular do marido avisa que há outra chamada. Ele vê que a chamada é do Carlos, um nome fictício que ele inventou para o numero da amante. Ele gela. Olha a primeira chamada e vê que discou para o numero da Ana, sua esposa. Ele continua a ligação:

     - Amor, desculpe-me, era o Paulo aqui da firma, que sempre pega carona comigo, ele estava brincando com você.

     - Ah é? Então o avisa que a partir de hoje ele terá de ir embora de outro jeito porque você não tem mais carro, aproveita e vê se tem lugar na casa dele pra você dormir.

    - Que isso amor? Alô?

    - Tu tu tu tu...